A médica Haydée Marques da Silva, de 66 anos, foi indiciada por homicídio doloso (intencional), em inquérito concluído nesta segunda-feira, 3, pela Polícia Civil. Em 7 de junho, a médica se recusou a atender o bebê Breno Rodrigues Duarte da Silva, de 1 ano e 6 meses, que morava no Recreio dos Bandeirantes (zona oeste do Rio). Vítima de uma doença neurológica, Breno morreu cerca de uma hora e meia depois.
A polícia considerou que não havia razões para pedir à Justiça a prisão preventiva da médica, que vai aguardar livre a sequência do caso. O inquérito deve ser encaminhado nesta terça-feira, 4, ao Ministério Público estadual, que vai avaliar se denuncia a médica pelo crime.
Quando prestou depoimento à delegada Isabelle Conti, em 12 de junho, a médica afirmou não se considerar responsável pela morte de Breno: "Fui atender um bebê que não corria risco de vida e que tinha um profissional de saúde em casa (a técnica de enfermagem do home care). Quando há um código vermelho que fala sobre risco de morte, eu atendo (a criança), mesmo não sendo pediatra.
A classificação de risco neste caso era baixa. Me foi passado pela técnica que era uma gastroenterite, com neuropatia. Não estou arrependida porque não fiz nada de errado. Estou triste e muito abalada pela criança ter morrido. Não acho que tenha sido responsabilidade minha a morte da criança", afirmou Haydée na ocasião.
Para a delegada, porém, a médica sabia da gravidade da situação e, se tivesse prestado socorro, evitaria a morte de Breno. "Com base em todas as provas produzidas, inclusive o parecer técnico do Instituto Médico-Legal (IML), foi possível ter certeza de que a médica tinha acesso às informações do paciente, sabia que se tratava de um caso grave, de um paciente de emergência, e mesmo assim se recusou a atender a criança", afirmou a delegada à TV Globonews
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