Durante o regime de Alberto Fujimori no Peru muitos crimes contra a humanidade foram cometidos, mas as histórias mais terríveis destacam o sofrimento de centenas de milhares de mulheres que foram esterilizadas sem consentimento.
Estas mulheres estão atualmente a lutando para serem compensadas. Conheça os detalhes deste caso horrível. Entre 1996 e 2000, sob a presidência de Alberto Fujimori, pelo menos 300.000 mulheres foram esterilizadas sem consentimento pelo Estado. http://www.jornalciencia.com
Tal foi o caso de Victoria Vigo uma cidadã peruana, que em 1996 tinha 32 anos de idade. Com 32 semanas de gestação, Vigo foi internada no hospital e submetida a uma cesariana de emergência. Ao despertar da cirurgia, ela sabia que seu bebê nasceu com complicações respiratórias, porque seus pulmões não estavam totalmente desenvolvidos, infelizmente, ele morreu logo após o nascimento.
Em meio ao luto por seu filho perdido, Victoria ouviu uma notícia que mudou sua vida para sempre. Um médico com a intenção de confortá-la disse que ainda era jovem e poderia ter mais filhos se quisesse, mas logo outro médico respondeu: “Não, não pode ter mais filhos. Ela foi esterilizada“. No entanto, Vigo não tinha dado permissão para tal procedimento, assim, foi privada de seu direito de escolher a maternidade como parte do caminho de sua vida.
Cerca de 300.000 mulheres sofreram este horror aplicado pelo Governo Peruano na intenção de um plano contra a pobreza chamado “Programa de saúde reprodutiva e planejamento familiar“, também conhecido como “Contracepção Cirúrgica Voluntária“. A realidade era muito mais sinistra, de acordo com organizações internacionais de Direitos Humanos. María Ysabel Cedano, líder da organização peruana Demus, pelos direitos das mulheres, explica: “O que Fujimori vendeu à comunidade internacional era que garantiria que as mulheres iriam decidir quantos filhos teriam, mas na prática o que ele queria era que as mulheres e os homens pobres parassem de ter filhos“, disse.
As mais afetadas por esta política foram as mulheres pobres, trabalhadoras rurais e quíchuas. Após anos de batalha na justiça, Victoria Vigo recebeu apenas 2.500 dólares em 2003, mas foi a única mulher a receber uma compensação. [ The Guardian ] [ Fotos: Reprodução / The Guardian ]
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