Coordenado pelo psiquiatra Marcelo Ribeiro e pela psicóloga Clarice Madruga, ambos do Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas (Cratod), da Secretaria de Estado da Saúde, o censo ouviu 107 pessoas entre e maio e junho do ano passado
"É a primeira vez que se faz um levantamento sociodemográfico da Cracolândia. Saber o perfil das pessoas que frequentam a área é essencial para operacionalizar melhor nossas ações", diz Ribeiro, que é diretor do CratodUm censo inédito da população da Cracolândia feito pelo programa estadual de combate ao crack, o Recomeço, e obtido pelo jornal O Estado de S. Paulo revela que quase 40% dos usuários nunca passaram por uma avaliação de saúde. Isso apesar de um terço frequentar a região há mais de cinco anos e de Estado e Prefeitura terem ações voltadas ao tratamento dessa população há pelo menos dez anos. O número de dependentes sem acompanhamento médico pode chegar a 283, tendo em vista a média das contagens de pessoas no fluxo obtida pelo estudo: 709.
"Estou no fluxo há 29 anos", conta Adailton Ferreira de Souza, de 45 anos, possivelmente um dos frequentadores mais antigos da Cracolândia da Luz. Ele passa o dia sobre um cobertor na Alameda Cleveland, ao lado da mulher, Otaviana Moreira Campos, de 46, grávida de 5 meses. "Nunca fui ao hospital, nunca fiz exame, nada. O pessoal até chama, mas eu não sinto dor no corpo, dor de cabeça, nunca desmaiei, nunca tive tontura. Não preciso, estou bem de saúde", diz ele. A mulher afirma só entrar nos postos de atendimento da região para "pegar água". "Nunca fui para o médico nem precisei fazer pré-natal. E olhe que eu tenho dez filhos", afirma Otaviana. LEIA TUDO EM http://www.correiobraziliense.com.br
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