O professor Gúbio Soares | Foto: Divulgação / Assufba
Os exames para identificação do surto ocorrido em dezembro (lembre o caso), causando dores musculares e urina preta, estão atrasados por falta de verbas para a compra de reagentes químicos. Segundo informações do jornal Correio, o professor Gúbio Soares, do Laboratório de Virologia da Ufba, afirmou que está próximo de identificar o microorganismo relacionado ao surto, mas que falta dinheiro para a pesquisa. “Encontramos indícios de dois vírus nas fezes de pacientes. A única dúvida é se é um ou outro”, disse o professor. Para concluir a apuração, é necessário o uso do reagente para realizar o sequenciamento do material genético do vírus. “Fazer esse sequenciamento é caro. Um reagente desses custa em torno de R$5 mil. É um material importado. A Ufba não tem dinheiro”, informou. Foram encontrados indícios de Enterovírus e Parechavírus. “É muito importante identificar o vírus e notificá-lo às autoridades”, avalia. Segundo nota técnica divulgada nesta quarta-feira (4) pela Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), 30 casos suspeitos de mialgia aguda (dores musculares) foram registrados entre 14 e 30 de dezembro, nos municípios de Salvador, Vera Cruz e Lauro de Freitas. As prefeituras e a Sesab investigam as ocorrências. Em dezembro, chegou a ser levantada a suspeita de que a doença desconhecida esteja relacionada ao consumo de peixe. Gúbio Soares, por sua vez, acredita que deve concluir sua pesquisa entre o final dessa semana e início da próxima, adquirindo o reagente com uma empresa alemã que tem representante em São Paulo, postergando o pagamento. “Se for levantar a verba através de edital, vai demorar muito. Teria que elaborar um projeto. Não temos tempo. Vou conversar com a empresa e pago depois de fazer o projeto”, explicou o professor, que reclama da falta de apoio da Sesab. A pasta afirma que não foi procurada pelo pesquisador. Paralelamente, o infectologista Antônio Bandeira, do Hospital Aliança, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), investiga parte dos casos. Ele encaminhou amostras de fezes de pacientes e pedaços de peixes para o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) e para o Ministério da Saúde. Parte do material analisado pelo primeiro teve resultado parcialmente negativo e foi encaminhado para o Instituto Adolfo Lutz em São Paulo. BN
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