Foto: Divulgação / G1
Uma nova descoberta de pesquisadores da Universidade Católica de Lovaina (UCL), na Bélgica, pode ajudar a prevenir Obesidade e diabetes tipo 2, que afetam, respectivamente, 600 milhões e 400 milhões de pessoas em todo o mundo. Eles acharam uma proteína, batizada de Amuc_1100, que bloqueia completamente o desenvolvimento de intolerância à glicose e de resistência à insulina, tanto em um regime normal como em um regime rico em gordura, atuando como uma espécie de barreira protetora, diminuindo a permeabilidade do intestino e impedindo que toxinas presentes na massa fecal entrem na corrente sanguínea. "A permeabilidade intestinal é responsável pela passagem ao sangue de determinadas toxinas que contribuem para o desenvolvimento da diabete, de inflamações, para o fato de que algumas pessoas obesas sintam fome constantemente e para várias desordens metabólicas", explicou professor Patrice Cani, líder da pesquisa.
O tratamento da proteína pasteurizada já foi submetido a uma primeira fase de testes em humanos e a conclusão é que sua administração não apresenta riscos para a saúde. A prova foi realizada com quatro grupos de dez voluntários, em alguns casos durante 15 dias, em outros durante três meses, seguindo os procedimentos habituais para esse tipo de pesquisas. Um grupo recebeu uma dose diária de um bilhão de bactérias vivas, outro 10 mil bactérias vivas, o terceiro um bilhão de bactérias pasteurizadas e o último um placebo. Segundo Cani, nenhum dos voluntários apresentou qualquer problema. A segunda fase de testes em humanos, para determinar os efeitos clínicos da bactéria sobre a obesidade e a diabete, deve ser concluída no segundo semestre de 2017 e contar com mais de 100 voluntários. Se os resultados forem positivos, será o primeiro passo para o desenvolvimento de um futuro produto terapêutico contra ambas doenças, que poderia chegar ao mercado em um prazo de cinco ou seis anos. Já para o desenvolvimento de um remédio, os pesquisadores ressaltam que ainda é necessário testar o uso da proteína isolada em humanos e descobrir uma maneira de produzi-la em grande escala. O processo todo poderia demorar pelo menos dez anos. As informações são do G1.
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