Após realizar exames de ressonância em mais de 900 pessoas, cientistas disseram ter identificado a fonte física da Depressão no cérebro.
Os novos dados, publicados recentemente na revista Brain, sugerem evidências de que a Depressão não é apenas um “estado de espírito”. Basicamente, os sentimentos de perda e baixa autoestima estão associados ao funcionamento do córtex órbito-frontal, uma região ligada à integração sensorial, expectativa e tomada de decisões, segundo informações da Science Alert.
Para o psiquiatra computacional, Jianfeng Feng, da Universidade de Warwick, no Reino Unido e Universidade Fudan, na China, a conclusão é de que, a partir de uma grande combinação de dados coletados ao redor do mundo, os pesquisadores conseguiram localizar as raízes da Depressão. “O que deve abrir novos caminhos para tratamentos terapêuticos melhores em um futuro próximo”, disse.
Foram recrutadas 909 pessoas na China, para que os cientistas pudessem isolar os mecanismos cerebrais envolvidos. Foram realizados exames de ressonância magnética no cérebro dos voluntários. De todo o grupo, 421 deles foram diagnosticados com transtorno depressivo maior, enquanto que os 488 restantes, que não tinham a doença, agiram como grupo de controle.
Os resultados dos exames mostraram que a causa está relacionada com a atividade neuronal de duas regiões diferentes do córtex órbito-frontal (OFC): OFC medial e OFC lateral. O medial é ativado no momento em que recebe recompensas, quando algo bom acontece. Por outro lado, o OFC lateral é relacionado à punição ou situações desconfortáveis.
Em pessoas com Depressão, os pesquisadores descobriram que ocorre uma conexão neural mais fraca entre o OFC medial e os sistemas de memória do hipocampo. Ainda não estão claras as implicações, mas isso poderia significar que as pessoas com a doença têm mais dificuldades de acessar ou recordar memórias felizes e positivas.
Ainda, os exames mostraram que elas possuem conexões neurais mais fortes ao redor do OFC lateral, relacionado com o processamento de situações como como as punições. Essas mesmas conexões mais fortes tão foram observadas em outras regiões, como os e- envolvido no senso que temos de nós mesmos – e giro angular, responsável pela recuperação da memória e atenção.
Logo, isso sugere que a atividade cerebral aumentada em torno de todas essas regiões pode explicar o porquê de as pessoas em Depressão acharam mais fácil reviver memórias negativas do que sentirem-se bem sobre si mesmas. Enquanto que, pela atividade reduzida do OFC lateral, torna-se mais difícil para elas processarem memórias felizes.
Contrastando a atividade neural de pacientes em Depressão que tomavam medicamentos com os que não tomavam, os pesquisadores verificaram que a conectividade funcional da OFC lateral era menor entre os medicados. Isto sugere que os antidepressivos existentes têm um efeito positivo em tais mecanismos.
Por fim, uma melhor compreensão das causas físicas e subjacentes da Depressão poderia ajudar em métodos para combater a doença. Os tratamentos atuais, à base de medicações, não são completamente eficazes o tempo todo. Agora, a pesquisa pode levar ao desenvolvimento de medicamentos personalizados que visam especificamente a região do córtex órbito-frontal e as duas sub-regiões em questão. [ Science Alert ] [Fotos: Reprodução / Science Alert ]
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