Qualquer pessoa que lide com plantas acharia ótimo se as plantas pudessem se regar sozinhas. O fato é que essa planta existe e foi apresentada em um estudo publicado em março de 2009 pela revista científica Naturwissenschaften.
Trata-se de uma espécie chamada ruibarbo-do-deserto (Rheum palaestinum). Ela é capaz de recolher até 16 vezes mais líquidos do que qualquer outra planta da região montanhosa do Deserto do Negev, em Israel, onde é encontrada.
Esse lugar recebe em média cerca de 75 milímetros de chuva por ano, logo, qualquer gota de água é muito bem-vinda. Por esse motivo, as plantas do deserto são adaptadas ao ambiente e capturam dessa pouquíssima quantidade de chuva o suficiente para sobreviverem.
Contudo, a Rheum palaestinum faz isso de uma forma completamente diferente: suas enormes folhas funcionam como uma espécie de funil para mandar água à única raiz que possui.
A planta possuiu quatro folhas grandes dispostas em forma de roseta, e de longe, pode facilmente ser confundida com um pedaço de couve. De perto, pode-se notar que cada folha mede cerca de 70 centímetros e possui sulcos e depressões.
As folhas funcionam como uma miniatura da topografia montanhosa da região. Assim como as montanhas e vales que designam a rota de um rio, as folhas canalizam água da chuva para a terra circundante e para a raiz. Tais folhas também são revestidas com cera, o que ajuda a acelerar o fluxo de água.
Esse fenômeno foi descoberto por uma equipe de pesquisadores da Universidade de Haifa-Oranim, em Israel. Eles notaram a aparência estranha das folhas e então resolveram analisar o crescimento da planta em laboratório. Descobriu-se que ela é capaz de recolher quantidades de água semelhantes às de plantas mediterrânicas, que recebem até 426 mm de precipitação anual.
“Ficamos surpresos porque [o fenômeno] não era conhecido e é muito bonito, e por que muitos cientistas, que eram nossos professores e mentores, conheciam a planta, mas não seus princípios”, disse o pesquisador Simcha Lev-Yadun ao LiveScience. [ Live Science ] [ Foto: Reprodução / Trek Nature / Wikipédia / Prof. Gidi Ne’eman, da Universidade de Haifa ]
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