Desesperado por uma agenda positiva, o governo voltou a pressionar a Petrobras, desta vez para reduzir os preços dos combustíveis nas bombas e, com isso, aliviar os índices de inflação. A tentativa caiu como uma bomba no conselho de administração da estatal, que não quer colocar a perder a única forma de reconstituir, ao menos um pouco, o combalido caixa da petroleira, assolado pela corrupção e pela ingerência política. A diretoria, no entanto, deixou claro que a política de preços é um assunto de gestão e, portanto, ela tem a palavra final. No meio dessa polêmica, estão os consumidores brasileiros, que atualmente pagam a gasolina mais cara do mundo.
No primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff, quando o barril de petróleo superou os US$ 100 no mercado internacional, o governo não permitiu que a Petrobras aumentasse os preços nas bombas do país, segurando, assim, os índices de inflação. No período, segundo o diretor do Conselho Brasileiro de Infraestrutura (Cbie), Adriano Pires, a defasagem provocou um prejuízo de R$ 100 bilhões à estatal. Agora, depois de o valor do barril de petróleo ter caído abaixo de US$ 30 com excesso de oferta no mercado mundial, e hoje estar cotado em pouco menos de US$ 40, o governo tenta manipular os preços do mercado interno novamente para conquistar a simpatia dos consumidores.
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