por Samuel Celestino
A comissão do Senado para análise do pedido de impeachment, que dará a largada na próxima segunda-feira (25), deixa a presidente Dilma Rousseff (PT) sem saída. A oposição terá a maioria dos seus integrantes na comissão. Se assim for, quem a segue não terá forças para ajudá-la na decisão, que será por maioria simples de votos (metade mais um). Era mesmo de se esperar, tal como aconteceu na Câmara dos Deputados, lá por maioria absoluta. O impeachment será fatal, a não ser que haja mudanças no seu curso durante os embates no Senado, com chances pequenas de ocorrer. O problema maior se vincula agora ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que passa a ameaçar Michel Temer (PMDB), não diretamente e, sim, através de seus seguidores. A alegação é de que ele o ajudou na decisão do impeachment no domingo, e quer, em troca, que o provável presidente fique em silêncio em relação à Comissão Ética da Casa, que tenta cassar o seu mandato. Temer, até chegar à Presidência, não tem mesmo o que dizer, até porque até lá ele ficará em silêncio, como já declarou. Esta briga não é de agora. Cunha encontrou uma forma, através do seu vice-presidente, Waldir Maranhão, de amordaçar a Comissão e a briga passa a ser aí, criando dificuldades de todos os tipos para a cassação do seu mandato. O presidente da Câmara tem um processo em curso no Supremo Tribunal Federal. O ministro Teori Zavascki não sabe quando o colocará em pauta para o julgamento na Corte. Seus planos estão, como se observa, de vento popa. Trata-se de um espertalhão. bn
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