"Quem não deve não teme" é um velho ditado que nunca sai de moda, mas o ex-presidente Lula parece desconhecê-lo pela forma como reagiu contra o promotor Cassio Conserino, do Ministério Público (MP) de São Paulo que diz ter provas para processá-lo e a sua mulher Marisa Letícia por ocultação de bens, no caso o luxuoso apartamento numa tríplice cobertura na praia de Guarujá, em São Paulo. Seria coerente que Lula se mantivesse coerente com os princípios que o PT apregoa de que no seu governo prevalece a transparência acima de qualquer coisa. Em vez de entrar com representação no MP de São Paulo, ele deveria colaborar com as investigações tendo até chance de provar sua inocência, se for o caso;
O que se comprova é que Lula tem muito medo das investigações em torno dela e de vários membros de sua família. Não se justifica, então, que ele se utilize de artifícios e faça ataques a integrantes do Judiciário, desafiando a Justiça diante de Uma plateia de seus seguidores. Seria mais coerente que Lula esclarecesse o país sobre possíveis desvios de conduta, principalmente pela liderança política de que é possuidor. O ex-presidente tem que entender que não está acima do bem e do mal. Basta acionar seus advogados para defendê-lo. Não precisa se auto-proclamar como a pessoa mais honesta do mundo nem demonstrar ódio e raiva a quem discorde de suas ideias;
Que fique bem claro: o promotor Cassio Conserino tem o direito e o dever de fazer o seu trabalho, que é de interesse público. E para Lula, vai aqui uma lembrança: "Quem não deve não teme". Deixamos no ar, entretanto, uma dúvida: se o ex-presidente não tem direito a foro privilegiado, por quê até agora a Justiça o trata como testemunha? Esse é um mistério que precisa ser esclarecido. por Airton Leitão
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