Mas os cientistas salientaram que a probabilidade de qualquer mulher desenvolver a doença era, na realidade, extremamente pequena.
Os pesquisadores usaram dados de saúde da Dinamarca para comparar 317 mulheres diagnosticadas com glioma, um tipo de tumor cerebral, e 2.126 que estavam livres da doença.
Todas estavam na faixa etária de 15 a 49, e, portanto, jovem o suficiente para usar as pílulas anticoncepcionais.
As mulheres que nunca usaram um contraceptivo oral ou hormônio liberador de dispositivo intrauterino (DIU), eram 50 % mais propensas a desenvolver câncer de cérebro. A diferença de risco aumentou para 90%, um pouco menos de duas vezes, para as mulheres que tinham usado um dos contraceptivos por cinco anos ou mais.
O fármaco progestagênio foi o mais fortemente associado com câncer de cérebro, tendo o risco aumentando em até 3X. Dos tipos de cânceres apontados, o glioblastoma multiforme, considerado o mais agressivo, foi o que apresentou maior risco de desenvolvimento.
Dr. David Gaist, dinamarquês que coordenou a pesquisa, do Hospital Universitário de Odense e da University of Southern Denmark, disse: "É importante manter este aparente aumento do risco no contexto. Em uma população de mulheres em idade reprodutiva, incluindo aqueles que usam contraceptivos hormonais, você iria antecipar os casos da doença. Em cada 100.000 mulheres, 5 desenvolvem glioma anualmente”.
"Enquanto nós encontramos uma associação estatisticamente significativa entre o uso de contraceptivo hormonal e o risco de glioma, uma avaliação do risco-benefício seria ainda a melhor opção para usar estes fármacos”, complementou.
A progesterona (hormônio natural feminino produzido pelo corpo) é conhecido por aumentar a proliferação de células de glioma de alto grau, chamadas astrocitomas, no laboratório.
Os cientistas estimam que derivados deste hormônio, ingeridos para controle da natalidade, poderia aumentar os níveis e fatores que fazem os astrocitomas crescerem, mas acredita-se que seja impossível ter quaisquer conclusões sobre como os contraceptivos contendo progesterona podem influenciar o desenvolvimento de câncer no cérebro.
Paul Pharoah, professor de epidemiologia do câncer na Universidade de Cambridge, deu sua opinião sobre o estudo: "É importante lembrar que a associação não implica necessariamente causalidade. Esse tipo de estudo é particularmente propenso a polarização, uma vez que se baseia em dados de rotina e informações sobre outros possíveis fatores de risco que não estão disponíveis para análise”. As descobertas foram publicadas no British Journal of Clinical Pharmacology.
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