De posse dos números da pesquisa (LIRAa) que mede a infestação domiciliar pelo mosquito transmissor da dengue, que subiu de 11,6% (ou/2014) para 17,7% em janeiro, a Secretaria Municipal de Saúde - SMS prepara uma grande mobilização para mostrar à população a importância de intensificar os cuidados e a prevenção, como única forma de evitar uma epidemia da dengue no município. Outra preocupação da Secretaria Municipal de Saúde é a Chikungunya, doença transmitida pelo mesmo mosquito da dengue.
A campanha da SMS está programada para a segunda semana de fevereiro, com lançamento durante a Lavagem do Beco do Fuxico e deverá constar de materiais informativos, utilização de carros de som e visitas domiciliares com orientação no sentido de evitar a produção de larvas e mosquitos (cabeças de prego), dentro de tanques, tonéis, caixas d´água e todo material que possa acumular água.
O aumento de 6,1% na infestação pelo mosquito em relação aos resultados de outubro do ano passado como aponta o Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes – LIRAa, aponta uma condição de alto risco para a transmissão da dengue, segundo o Departamento de Vigilância em Saúde da SMS, já que houve aumento do LIRAa em 93% dos bairros dos 57 bairros pesquisados. As áreas que apresentaram maior infestação domiciliar pelo mosquito da dengue foram os bairros Carlos Silva (36,66%), Fonseca (35,18%), Santo Antônio (30,1%) e Sarinha Alcântara (38,23%).
Os motivos para esse aumento, de acordo com a Vigilância em Saúde, além do acúmulo de água em locais impróprios, estão relacionados com as fortes chuvas que caíram na cidade, o calor e à troca de inseticida Novaluron para o Piriproxifen, o qual não destrói as larvas imediatamente, fazendo essas permanecerem vivas por até 30 dias no ambiente. A introdução do novo inseticida foi recomendada pelo Ministério da Saúde.
A partir da ocorrência dos casos, foram intensificadas ações de controle larvário nesses bairros, incentivando a população a fazer a remoção de criadouros e o controle mecânico dos mesmos. Também foram realizadas ações de bloqueio de transmissão do vírus nos bairros a fim de conter novos casos. Tal ação mostrou-se eficaz no controle do vetor, garantindo que os casos ficassem restritos a essas localidades. Esse trabalho ajudou a manter o número de casos registrados de dengue em um nível controlável, longe de surto ou epidemia.
Durante todo o ano de 2014 foram registrados 1.332 casos de dengue em Itabuna, número bem abaixo do registrado em 2013, que foi de 2573 casos, uma queda de 48%. Nos últimos dois anos não foi registrado nenhum óbito de morador de Itabuna causado pela dengue.
PREVENÇÃO EM CASA
A diretora do Departamento de Vigilância em Saúde, Larissa Pimentel diz que os criadouros encontrados são caracterizados como do tipo B, em vasos, frascos com água, pratos, pingadeiras, recipientes, bebedouros em geral, material de construção e objetos, ou seja, criadouros que podem ser exterminados pelos moradores, pois a maioria é domiciliar ou se encontra na área de casa. Estes recipientes representam 85,4% do total de criadouros de larvas. Uma vigilância mais efetiva pelos próprios moradores, uma preocupação maior da população é a ação mais na prevenção e combate ao mosquito transmissor da dengue.
O coordenador de Combate às Endemias da Secretaria Municipal da Saúde, Renato Freitas, responsável pela as ações de combate em campo informa que 3.463 imóveis foram visitados em um pouco mais de um ano. "Com isso, podemos distribuir os extratos e evitando maior proliferação do mosquito", explicou.
Ainda segundo Renato Freitas, a dengue pode ocorrer em qualquer localidade, desde que exista população humana suscetível, presença do vetor e o vírus seja introduzido. Ele diz que a mobilização da população é fundamental para evitar aumento na infestação e do risco de uma epidemia de dengue. O coordenador de Combate às Endemias finaliza alertando que a circulação comprovada dos sorotipos DENV1, DENV2 e DENV4 em Itabuna demonstra o quanto a dengue é uma grave ameaça no município.
SMS prepara mobilização para intensificar os cuidados e a prevenção para evitar epidemia da dengue
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