Está aberta uma consulta pública on-line sobre partos capitaneada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), cujo objetivo é reduzir a quantidade excessiva de cesáreas desnecessárias realizadas na rede particular. Qualquer pessoa interessada — grávidas, profissionais de saúde, mães, pais — pode mandar sugestões. Uma das propostas em análise prevê que os planos sejam obrigados a divulgar quantos nascimentos naturais e cirúrgicos, percentualmente, cada médico e hospital fazem. Outra ideia é que o obstetra tenha de entregar o partograma, documento que registra a evolução do trabalho de parto, ao plano de saúde para ser pago pelo procedimento. Com isso, será possível ter informações suficientes para verificar se o nascimento por via cirúrgica foi, de fato, necessário. Apesar de contar com o apoio de entidades defensoras do parto natural, a proposta tem potencial de causar desconforto na classe médica e no mercado da saúde suplementar. O Conselho Federal de Medicina informou que uma comissão, criada para estudar medidas de diminuição das cesáreas no Brasil, vai se debruçar sobre os pontos da consulta pública para depois se pronunciar. Fazem parte do colegiado a própria ANS e a Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. A Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge) disse, em nota, que endossa os esforços contra os partos cirúrgicos desnecessários, sem detalhar a posição sobre questões pontuais da consulta pública. A Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) foi procurada pelo Correio no início da noite de ontem, mas ninguém atendeu.
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