Por Marcos Júnior / http://terceirotempo.bol.uol.com.br
Garrincha, que nesta terça-feira, 28, completaria 81 anos, talvez tenha sido o jogador mais espetacular de todos os tempos.
Espetacular na acepção da palavra. Dava espetáculo. Show.
Uma opinião quase unânime daqueles que o viram jogar, principalmente pela seleção brasileira e o Botafogo-RJ, clube que defendeu por 12 anos.
As pernas tortas contrariavam os princípios básicos para o físico de um atleta profissional.
Deficiência que utilizou em seu benefícios. Os dribles aterrorizantes nos"Joões", alcunha que o próprio ponta deu a seus marcadores. Poucos marcadores, é verdade. A maioria deles acabou como espectador privilegiado...
Como não era fácil lhe tirarem a bola, seus joelhos sofreram as consequências, que as infiltrações foram apenas uma solução paliativa.
A partir de 1963 a queda de rendimento foi vertiginosa, tanto pelo lado físico quanto pela saúde, debilitada pelo alcoolismo, que lhe custou a vida, por conta da cirrose hepática, em 20 de janeiro de 1983, no Rio de Janeiro, vítima de cirrose hepática.
A passagem pelo Corinthians, em 1966, não lembrou, nem de longe, o sucesso alcançado no Botafogo.
Corintiano fanático, daqueles que não perdiam jogos do time de coração, Waldemar Micheletti, aposentado, 78 anos, relembra a estreia de Garrincha pelo Corinthians, em 2 de março de 1966, contra o Vasco, no Pacaembu.
"Assisti a estreia do Garrincha na equipe do Corinthians contra o Vasco da Gama no Pacaembu, em 1966, jogo em que o Corinthians foi derrotado por 3 a 0, com dois gols de Célio e um de Maranhão. Foi decepcionante a estreia do jogador, visto que, já em fim de carreira, não produziu o que a torcida que compareceu com mais de 44 mil pessoas, esperava", relembra Waldemar.
Mesmo assim, segundo ele, a torcida foi carinhosa com o jogador, na ocasião com 32 anos, que considera como o maior ponta que viu jogar.
"O que vi de mais importante nessa partida, foi que a torcida corintiana, mesmo com sua fraquíssima atuação, não deixou de aplaudir o jogador que, na minha opinião foi o maior ponta que o Brasil já teve. Infelizmente, até hoje, não ganhou o reconhecimento merecido, pois, no auge de sua forma, enchia os olhos até de adversários com seus dribles infernais (sempre pela direita), e que deixava seus marcadores sem saberem o que fazer para segurar o impetuoso jogador. Saudades......", finaliza Waldemar Micheletti, que é um grande colaborador da seção "Que Fim Levou?" do Portal Terceiro Tempo, ajudando na identificação de jogadores, principalmente aqueles que passaram pelo time de Parque São Jorge.
Ficha técnica do jogo de estreia de Mané Garrincha (fonte: Almanaque do Timão, de Celso Unzelte)
Corinthians 0 x 3 Vasco da Gama
Data: 2 de março de 1966 (quarta-feira)
Estádio: Pacaembu, São Paulo
Árbitro: Eunápio de Queiróz (SP)
Renda: Cr$ 66.050.000,00
Público: 44.154
Corinthians: Heitor, Jair Marinho, Ditão, Galhardo e Édson, Dino Sani e Nair (Rivellino); Garrincha, Flávio, Tales (Nei) e Gilson Porto. Técnico: Oswaldo Brandão
Vasco da Gama: Amauri, Joel, Brito, Fontana, Oldair, Maranhão, Danilo Menezes, Luisinho (Zezinho), Célio, Lorico e Tião. Técnico : Zezé Moreira.
Gols: Maranhão 23 e Célio 37 minutos do primeiro tempo; Célio aos 35 do segundo tempo.
Pelo Corinthians, Garrincha disputou apenas 13 jogos e marcou dois gols. Sofreu com contusões e foi cedido a seleção brasileira para a Copa da Inglaterra.
Após sua curta passagem pelo Corinthians, Garrincha ainda defendeu a Portuguesa Santista (apenas amistosos), Júnior de Barranquilha (Colômbia), Flamengo e Olaria. Também atuou pela equipe de várzea do Milionários, que disputou diversas partidas amistosas pelo Brasil.
Duelo de gigantes: Pelé x Garrincha, no encontro entre Santos e Botafogo. Na outra imagem, Garrincha x Décio Teixeira. Mané vai sair pela direita...
Veterano, em 1972. O massagista Foca tenta aliviar as dores no joelho do ponta. Ao lado, a comparação entre as pernas de Garrincha e Amarildo
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