No dia em que se completa um mês da morte do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos em um acidente aéreo, a candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, que assumiu a cabeça de chapa após a tragédia, pediu "um dia de trégua" na campanha eleitoral em homenagem a ele, ao mesmo tempo que criticou a política de juros do atual governo.
Em evento de campanha em Sobral, no Ceará, Marina afirmou que a política de "juros altos" do governo da presidente Dilma Rousseff não está favorecendo a indústria brasileira.
"A indústria brasileira está padecendo muito no atual governo", disse Marina, que prometeu "reduzir a inflação e ter uma política de juros baixos para que a população se beneficie dos investimentos".
Marina disse ainda que Campos, morto quando fazia campanha à Presidência pelo PSB, só teve suas qualidades reconhecidas após a morte e, num momento em que tem sido alvo de ataques de adversários, pediu trégua na campanha e ofereceu "a outra face" ao ser questionada sobre declarações contra ela feitas pelo governador do Ceará Cid Gomes, e seu irmão, o ex-ministro Ciro Gomes, que têm em Sobral seu reduto político.
Apesar do pedido de trégua, o candidato a vice de Marina, Beto Albuquerque, aproveitou uma pergunta sobre projetos para os servidores públicos para bater forte em relação às denúncias de corrupção na Petrobras.
Albuquerque garantiu que um governo Marina vai apostar no critério da qualidade e da carreira pública.
"Para evitar esses vexames lamentáveis que nós estamos vendo na Petrobras, onde a política, os interesses mesquinhos, a falta de controle, o excesso de confiança acabam permitindo que em uma empresa como a Petrobras você enfrente nesse momento uma denúncia grande de corrupção."
Também apesar do pedido de trégua feito por Marina para homenagear Campos, a campanha da candidata divulgou nota neste sábado rebatendo afirmações feitas pelo ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, e publicadas pelo jornal O Estado de S. Paulo, nas quais ele ironiza Marina, que por mais de 20 anos foi filiada ao PT.
"No discurso da ética, falta autoridade ao PT, uma vez que a opção da presidente Dilma Rousseff é a aliança com os Sarneys e os Collors da política", afirma a nota da campanha marineira, ao rebater afirmações de Carvalho, que disse que Marina é uma "fonte de contradição".
A nota também lista realizações de Marina à frente do Ministério do Meio Ambiente durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e nega que o Itaú Unibanco faça parte de sua campanha.
Marina tem sido alvo de ataques do PT por ter como uma das coordenadoras de seu plano de governo a educadora e herdeira do Itáu Unibanco Neca Setúbal.
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