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terça-feira, 16 de setembro de 2014

Crime no Pará: Post racista ameaça estudante e a chama de 'neguinha suja'


Mensagem racista enviada para a estudante Sonia Regina Abreu, do campus da Universidade Federal do Pará de Altamira

A estudante Sonia Regina Abreu, de 27 anos, procurou a ajuda de um professor da Universidade Federal do Pará de Altamira para denunciar ofensas de cunho racial.

Por meio de um perfil falso, o suspeito deixou um recado para Sonia no Facebook dizendo que em Altamira "não há lugar para negros sujos" e dispara: "Fica no teu canto, neguinha suja, você e todas as aberrações de cor desta cidade". Além disso, a jovem foi ameaçada. "Neguinha como você a gente estupra e depois queima para não poluir o solo. Lugar de negro é na senzala ou a sete palmos", dizia um trecho da mensagem. As informações são do portal G1.
O caso está sendo acompanhado pelas comissões de Direitos Humanos e Igualdade Racial da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). 

Segundo a reportagem, a vítima, que registrou boletim de ocorrência na delegacia, contou que o autor dos insultos parece ter certeza de que não será localizado. Em um e-mail enviado à jovem, o agressor, que se identifica como "Brancos e Orgulhosos", diz que usou um computador acessado pela própria Sonia na faculdade para postar as ofensas. "Foi fácil como tirar bala de criança", escreveu. O autor diz ainda que isso é "só o começo". "Vamos limpar Altamira desta peste negra. Nenhum lugar será seguro para negros nesta cidade".

De acordo com a advogada Luana Thomaz, que faz parte da Comissão de Direitos Humanos da OAB, o caso deve ser investigado por incitar a formação de organizações criminosas, como grupos de extermínio. "Isto pode também ter uma organização criminosa envolvida, um grupo de extermínio, uma quadrilha", declarou ao G1.

Na visão do Movimento Negro do Pará, o caso vai além da injúria racial. "Também é crime de racismo porque ele generalizou o seu ódio a toda a população negra do país. O importante para nós, do Movimento Negro, é que o criminoso seja punido", afirmou.

Segundo o delegado Rodrigo Leôncio, todos os recursos serão usados para localizar o autor das ofensas. "Nós vamos fazer a diligência de quebra de sigilo, caso seja necessário, a fim de identificar este autor para que ele seja punido pelo crime que cometeu", declarou.
(Com informações do G1) Do BOL, em São Paulo/Reprodução/Facebook

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