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sábado, 27 de setembro de 2014

Criado reator de biodiesel sem energia: por alunos do IF

Foto: Arquivo pessoal/Ricardo Fonseca
Estudantes de uma escola pública do Ceará descobriram que o óleo usado em frituras – que muita gente depois descarta em rios, no solo e nas redes de tubulações – é uma excelente matéria-prima para a produção de biodiesel.
E criaram um reator de baixo custo para produzir o combustível.
Eles usaram um reservatório de água para caminhão, vassoura, polia, madeira, garrafa plástica e muita força de vontade.

Ideia
A ideia, dos alunos do Ensino Médio do Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia (IFCE), surgiu há cerca de três anos e está fazendo a diferença em Juazeiro do Norte, a 535 quilômetros de Fortaleza.

Eles fizeram uma pesquisa na Região do Cariri. “Queríamos saber a quantidade de óleo que os moradores da Zona Rural usavam por mês, se descartavam muito e como era feito o descarte. Até que surgiu a iniciativa de produzirmos biodiesel a partir desse óleo”, explica Allana Lucena, de 18 anos, estudante de Eletrotécnica do instituto.

Eles reciclaram o óleo de cozinha, utilizado diariamente por agricultores, para produzir biodiesel, glicerina e sabão.

Diferencial
Transformar óleo em biodiesel não é mais “novidade”, segundo a aluna. Mas, obter glicerina, bastante usada para produção de cosméticos, e sabão a partir dos resíduos liberados após a transformação do óleo, e o baixo custo do equipamento são os diferenciais do projeto.

Reator
Para possibilitar que “qualquer pessoa possa reciclar o óleo comestível usado, produzindo seu próprio biodiesel, foi arquitetado um reator de baixo custo e de fácil implantação”, diz o professor do IFCE, Ricardo Fonseca.

O processo foi feito com a adaptação de um corote, recipiente utilizado pelos caminhoneiros para armazenar água, junto a materiais simples, como polia, vassoura, madeira e garrafa de plástico.

O corote é colocado de pé, as torneiras de ferro do recipiente são adaptadas para retirar a glicerina e o sabão, e o reator funciona por atrito, sem a necessidade de energia elétrica.

São produzidos 19 L de biodiesel e 5 L de glicerina por batelada. O custo: apenas R$ 80.

“O reator mais barato do mercado custava R$ 3 mil e só produzia 1 L de biodiesel, com a necessidade ainda de energia elétrica para funcionar. O nosso não usa eletricidade, ou seja, pode ser usado em qualquer lugar. Na reação química é obtida como subproduto a glicerina, e os resíduos gerados ainda são adicionados à produção do sabão”, comemora Allana.

De acordo com o professor, no primeiro uso já é possível obter lucro. Vendendo os 19 L de biodiesel a R$ 40 e os 5L de glicerina a R$ 50, rende R$ 90. Pelo menos R$ 10 de lucro logo na primeira utilização.

Internacional
O projeto foi aprovado para participar de evento na capital dos Emirados Árabes Unidos, Abu Dhabi, e da I-SWEEEP, feira internacional para projetos de sustentabilidade realizada no Texas.

“Deixando de jogar óleo no Meio Ambiente, diminui a quantidade de gases poluentes do diesel comum na atmosfera e ainda fomenta o povo que tem necessidade de grana a poder fazer o reator e acumular o óleo. Ganha todo mundo”, finaliza Ricardo. Com informações da TribunaDoCeará

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