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segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Ciência comprova a força do otimismo


Foto: reprodução
A ciência começa a entender agora o que significa a crença de que "tudo vai dar certo". E que ela é capaz de ajudar o corpo a se manter saudável. 
Estudos indicam que o pensamento positivo pode alterar a realidade ao redor.
As conclusões estão no livro Nothing: Surprising Insights Everywhere From Zero to Oblivion (Nada: Sacadas Surpreendentes por Todos os Lados, do Zero ao Esquecimento, em tradução livre), recém-lançado nos Estados Unidos.
Nele, dezenas de ensaios escritos por diversos cientistas de todo o mundo e compilados por Jeremy Webb, editor da consagrada revista norte-americana New Scientist, mostram como funciona a ciência por trás do otimismo.

É sabido que pensamentos negativos e estresse, por longos períodos, podem causar doenças como diabetes e certos tipos de demência, porque afetam o sistema nervoso.

Robert Hahn, do US Center for Disease Controland Prevention, em Atlanta, diz que alguns médicos, por exemplo, não gostam de operar pacientes que acreditam que vão morrer durante a operação, porque muitos de fato morrem. 

Notícia ruins são veneno
“Notícias ruins desencadeiam psicologias ruins”, diz CliftonMeador, médico da VanderbiltSchoolof Medicine, nos Estados Unidos.

É de conhecimento científico que ler notícias ruins dispara o sistema límbico, liberando no organismo altas doses de glicocorticoide, um hormônio ligado ao estresse.

Altos níveis dessa substância no sangue prejudicam a digestão e aumentam a suscetibilidade a infecções. 

Psicologicamente, a notícia ruim também tem impacto real: ao tomarmos conhecimento de uma tragédia, passamos a achar que a mesma coisa pode acontecer em nossas vidas e isso altera a realidade ao nosso redor. 

Se ficamos sabendo que um avião caiu, no dia seguinte, a despeito do fato de as estatísticas não terem sido alteradas, sentimos mais medo de embarcar em uma corriqueira viagem de negócios.

Pesquisa Facebook
Para entender mais sobre como reagimos às notícias ruins, o Facebook fez uma pesquisa eticamente questionável. 
Entre 11 e 18 de janeiro de 2012, o site manipulou o algoritmo usado para distribuir os posts no feed de notícias. 

A intenção era a de verificar como o noticiário influi no humor. 
Os pesquisadores pretendiam checar se o número de palavras positivas, ou negativas, nas mensagens lidas, resultaria em atualizações positivas, ou negativas,  de posts nas redes sociais. 

No final, descobriu-se que os usuários mudavam o humor de seus próprios posts depois de uma semana. 
Portanto, é lógico que em ano de eleição, quando todo o tipo de especulação negativa a respeito do futuro parece nos inundar, aumentem os índices de pessimismo na população.

Lado bom
A boa nova é que, além de ser verdadeira, a boa notícia parece ser mais poderosa. 
Resultados de um estudo conduzido pela cientista e pesquisadora TalySharot, alguns anos atrás, sugerem que apontar seu pensamento futuro para lugares positivos é resultado da comunicação entre o córtex frontal, localizado atrás da testa, e regiões subcorticais localizadas em partes mais profundas do cérebro. 

O córtex frontal é a parte do cérebro que evoluiu mais recentemente em humanos. 
Em matéria publicada na revista Time em 2011, Sharot explica que quando escutamos histórias boas, como a do inesperado sucesso de um garoto como Mark Zuckerberg, nosso cérebro faz uma anotação a respeito de como poderemos também nos tornar incrivelmente ricos um dia. 

Por outro lado, saber que a chance de nos divorciarmos é estatisticamente uma em cada duas, não nos faz acreditar que nosso casamento pode fracassar.


Recentemente cientistas escanearam o cérebro de pessoas, enquanto elas recebiam informações positivas e negativas a respeito do futuro. O resultado explica muita coisa sobre esse otimismo irracional. 

Ao serem informados sobre eventos futuros, os neurônios são capazes de codificar informações desejáveis, que aumentam o otimismo, mas fracassam na tentativa de incorporar as informações inesperadas e indesejadas, o que indica que o otimismo talvez seja mesmo uma arma evolutiva, como sugeriu Varki.  Com informações da Revista Galileu

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