Doris Carvalho - Arquivo pessoal (cedido ao PAGE NOT FOUND)
A veterinária Doris Carvalho mora em Tampa (Flórida, EUA) há dez anos. Sem poder exercer a sua formação profissional no território americano, a brasileira nascida em Goiânia, de 49 anos, conseguiu um jeito de ainda trabalhar com animais. Ela criou uma linha de bolsas usando como matéria prima pelos de cães, recolhidos de pet shops. Por enquanto, Doris desenvolveu três modelos, com pelos de mestiços de poodle, mas ela já tem em mente uma coleção inteira. Para viabilizar o projeto, que ela diz ter também um olho nasustentabilidade, a veterinária lançou um pedido de financiamento coletivo no site "Kickstarter". A brasileira está buscando US$ 15 mil (cerca de R$ 34,5 mil)para começar a produção, mas até agora só arrecadou pouco mais de US$ 400.
Bolsa produzida com pelos caninos por Doris - Arquivo pessoal (cedido ao PAGE NOT FOUND)
Arquivo pessoal (cedido ao PAGE NOT FOUND)
Inicialmente, Doris, que também estudou design de moda, tentou tocar o projeto no Brasil, mas ele não foi adiante.
"O meu objetivo é mostrar que temos um problema com o lixo decorrente dos pelos dos cães. Só em Goiânia, por exemplo, é produzida ao menos uma tonelada de pelos de cães todo mês em pet shops. Os pelos são compostos de queratina, cuja biodegradação demora", disse ela em entrevista ao PAGE NOT FOUND. "Mas esse lixo é selecionado, dá para ser reciclado totalmente. Qualquer clínica veterinária ficaria feliz com a retirada do produto da tosa para ser submetido a reciclagem", acrescentou.
Para fazer propaganda das suas bolsas, Doris costuma se exibir nas ruas com as peças. Segundo ela, suas criações fazem grande sucesso e mulheres costumam se interessar em comprá-las.
"Em Miami, uma mulher toda chique me parou na rua e falou: 'Onde você conseguiu essa bolsa?'. As pessoas ficam ainda mais curiosas e interessadas quando descobrem que elas são feitas de pelos de cães", contou.
Mas a brasileira afirmou não conseguir fugir de certas perguntas de quem se espanta com a matéria prima utilizada nas peças.
"Há gente que me pergunta: 'Se a bolsa pegar chuva, ela ficará com cheiro de cachorro molhado?' Claro que não! Antes de fazer as bolsas, eu esterilizo todos os pelos. Tudo é feito com muito cuidado", defendeu-se.
Arquivo pessoal (cedido ao PAGE NOT FOUND)
Embora more nos EUA, onde lançou a captação de recursos, o sonho de Doris é voltar ao Brasil.
"Meu desejo é retornar, produzir as bolsas e exportar. Minha ideia é montar uma pequena fábrica e depois abrir franquias para expandir o conceito de sustentabilidade", comentou ela, que garante doação de pelo menos 40% dos lucros para entidades que adestram cães para cegos e crianças com diabetes.
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