Gregorio Vivanco Lopes
Não apenas com palavras podemos nos comunicar com os nossos semelhantes, mas também por gestos e outros meios.
Um movimento vertical da cabeça pode indicar assentimento, enquanto o movimento horizontal significa negativa.
Os exemplos são tantos que seria supérfluo deter-se neles. A linguagem dos gestos é tão extensa que, utilizando-a, dois mudos podem conversar entre si com toda comodidade.
Se por essa forma podemos nos manifestar, pergunta-se: Deus também pode comunicar-se com os homens por gestos? O que seriam esses gestos divinos?
A resposta não pode deixar de ser positiva. A abertura do Mar Vermelho, para que através dele se salvassem os judeus perseguidos pelos egípcios, é um exemplo frisante. Nosso Senhor chicoteando os vendilhões do Templo, é outro exemplo.
Hoje em dia, Deus ainda fala através de gestos? Essa pergunta me foi sugerida por um amigo.
Para um espírito timorato, a questão pode incomodar, mas é difícil, e pode chegar a ser temerário, negar a Deus essa possibilidade.
O terreno pode parecer escorregadio e afirmações peremptórias nem sempre encontram eco na realidade. Mas isso não significa que seja vedado levantar hipóteses a respeito. Essa possibilidade de arriscar interpretações possíveis, desde que razoáveis, é uma das faculdades mais preciosas que Deus nos deu. A própria ciência progride através de hipóteses, a serem depois confirmadas ou infirmadas.
Feitas tais ressalvas, alguns fatos poderiam, talvez, incluir-se na categoria de gestos de Deus. Exemplifiquemos.
1 – Na noite da renúncia de Bento XVI, um raio atingiu a Basílica de São Pedro.
2 – No início de 2014, um temporal de violência inusitada se abateu sobre o Santuário de Fátima, Portugal, danificando todo o seu perímetro. Nesses dias se comemoravam 75 anos da grande aurora boreal de 25 de janeiro de 1938, considerada como a realização do aviso de Nossa Senhora de catástrofes que viriam.
3 – Na antevéspera da canonização de João XXIII e João Paulo II, em 24 de maio, uma pesada cruz caiu em Bréscia (Itália) sobre um grupo de jovens, matando um deles e ferindo outro. A cruz havia sido erigida em comemoração da visita de João Paulo II à cidade em 1998. O rapaz morto morava na Rua João XXIII e alguns lembraram que Bréscia é a província natal de Paulo VI.
4 – Em 2013, com menos de um mês de intervalo, duas enormes calamidades atingiram as Filipinas. No dia 16 de outubro, um terremoto de magnitude 7.2 produziu grande destruição, inclusive de igrejas. Em 8 de novembro, o tufão Haiyan causou por volta de 2.500 mortes. Nas duas imensas tragédias registrou-se o mesmo fenômeno: imagens do Sagrado Coração de Jesus e de Nossa Senhora ficaram admiravelmente incólumes em meio aos escombros.
O leitor arrisca uma interpretação para esses fatos?
(*) Gregorio Vivanco Lopes é advogado e colaborador da ABIM
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