Confira os detalhes- Após fuga de presos no município de Morada Nova, a 168 quilômetros de Fortaleza, um dos foragidos ameaçou explodir uma rádio local, além de atirar em um radialista. Na ocasião, o homem que se dizia fugitivo telefonou para a Caiçara FM e pediu para entrar ao vivo durante a programação da rádio, o que aconteceu. Após realizar ameaças no ar, o preso fez um desabafo sobre o sistema carcerário.
Atendimento médico - O assunto se voltou para os problemas de estrutura dos presídios, principalmente em relação ao atendimento médico. “A gente só faltava morrer de doente. Num vem uma viatura levar a gente para os hospitais. Todo mundo morrendo, gritando, batendo no portão e nenhuma viatura vem. Mas quando é para prender a gente no meio da rua, aparece bem 20”, enfatizou.
Segundo ele, seriam necessário enfermeiros e ambulâncias disponíveis para consultar os presidiários. “Para vir uma viatura, tem que fazer maior rebelião do mundo. E quando vem, ainda vem xingando os presos, a gente é ser humano! Tem gente que vai é morrer. Quando passa rádio para a polícia vir, eles estão sempre almoçando, jantando, passeando ou namorando. Esses policiais do Ronda [do Quarteirão] só servem para namorar nas praças”, ressaltou.
Renato Guimarães lia o plantão policial da Rádio Caiçara, em que constava os nomes dos presos foragidos daquele dia, quando atendeu ao telefonema. “Eu quero só informar que eu vou explodir a sua rádio com tudo dentro. Vou explodir você e quem tiver aí dentro”, avisou. Além disso, ainda alertou Renato de que ele tomasse cuidado ao sair da rádio com a “ponto 40 para não estralar”.
O radialista engatou uma conversa, tentando explicar sobre o serviço que realizava na rádio. “Você tem que falar é dos prefeitos, que não estão fazendo nada. Dos prefeitos, desses secretários que não estão fazendo porra nenhuma pela população. E tem um bocado de gente que está com cadeia paga e o juiz não quer soltar, viu? (sic)”, destacou o preso.
Foi quando o homem que se disse foragido mudou o tom de ameaça para de desabafo e pediu uma “força”. Ele reclamou principalmente da quantidade de presos que já responderam por seus crimes, mas que a Justiça não libera. “Esses juízes tem que ter uma caridade no coração, porque aqui tem muita gente boa”.
Sistema carcerário - Lotação dos presídios também foi um tema abordado. O foragido entrevistado revelou que nunca foi ouvido por ninguém, apenas preso. “Num chega papel, num chegava nada. Ninguém dizia nada. Só faz jogar a gente aqui e pronto”. O caso aconteceu na última segunda-feira (6), mas só foi divulgado nesta quinta-feira (9) para a Tribuna Band News FM.
Veja a matéria e o áudio da rádio em vídeo:http://www.youtube.com/watch?v=PkcPU1Nvje4
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