Quatro processos trabalhistas impetrados contra a Assembleia Legislativa podem, em ultima instância, render mandado de prisão contra o presidente da Casa, deputado Marcelo Nilo (PDT). Documentos entregues por servidores concursados do legislativo à reportagem comprovam o descumprimento de execuções judiciais que, segundo Nilo, não têm condições de serem pagas. "Há de se compreender que eu não tenho dinheiro para pagar. Eu não tenho R$ 500 milhões. O orçamento da Assembleia todo é R$ 400 milhões", justifica o pedetista. De acordo com representantes dos servidores, no entanto, o montante é de cerca de R$ 120 mil por mês. "O presidente vai falar que é uma quantia milionária, mas não é", rebate um dos representantes dos cerca de 370 servidores do legislativo, Antonio Marcos Gouveia. O impasse sobre o valor devido é um dos pontos do processo, que se arrasta por quase 21 anos. O presidente do sindicato dos servidores da Assembleia, Flávio Abreu, prefere não comentar sobre a questão, porém participa da comissão que acompanha o processo."Muitos servidores já morreram. Acho que cerca de 30%. E 80% dos beneficiários dos processos estão aposentados. Se a justiça determinou, o deputado Marcelo Nilo tem que cumprir", afirma Gouveia. A luta, de acordo com os servidores, é para, entre outras situações, incorporar a correção de inflação de 1992, quando o primeiro processo foi impetrado na Justiça trabalhista. "Queremos que ele (Nilo) indique por que descumpre as determinações da Justiça", reclama o representante dos servidores - à reportagem Gouveia falou sob os olhares de dirigentes sindicais e da associação de servidores, que preferiram não ser citados na matéria. (ATarde)
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