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quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Os políticos “zoinhos” do Brasil


Os deputados federais Jorge de Oliveira Zoinho (PR-RJ), Assis Carvalho (PT-PI), Lael Varella (DEM-MG) e Adriam Mussi (PMDB-RJ) estão sendo investigados pelo TCU sobre o uso indevido de cota para o exercício de atividade parlamentar. É que a farra com o dinheiro público é muito grande com a contratação de empresas locadoras fantasmas de carros. E o descaramento chega ao ponto de o deputado Zoinho declarar que “Santo aqui em Brasília não existe. Da fronteira do Distrito Federal com os outros estados, eles não entram aqui”.
E leio agora, no Congresso em Foco (8/9,) o envolvimento também do médico e deputado federal Luiz Henrique Mandetta ( DEM-MS ). Quando um médico, profissão tão carente na rede pública de saúde e por isso a polêmica contratação de médicos cubanos, se bandeia para a política é porque, ou não tem competência na profissão ou porque as benesses públicas são compensadoras. Lênin já dizia “Onde termina a política começa a trapaça”. E de trapaceiros políticos o país está cheio.
Essa corja de larápios de colarinho branco é o retrato desbotado da indecência política há muito tempo instalada no Parlamento nacional. Se for feita uma triagem, entre os nossos parlamentares, verificaremos que a maioria não traz em suas folhas pregressas condutas ilibadas.
Há muitos parlamentares que deveriam estar preso e não exercendo mandato político. Num país sério, as denúncias veiculadas na mídia acerca do envolvimento de deputados federais utilizando verbas públicas para fazer contratações com empresas fantasmas, certamente, teria um desfecho rápido que levasse à cassação de mandato e à prisão desses larápios.
Mas o que se pode esperar de moralidade da Câmara Federal que se acovardou ao absolver o condenado pelo STF, Natan Donadon? Nem falo de nossa claudicante Justiça, porque esta é lenta e está amarrada ao rito processual burocrático brasileiro. Mas no foro político, falta ao povo poderes de Democracia Direta para ele interferir no Parlamento e cassar o mandato de políticos indecorosos, que não se comportam com dignidade.
Por outro lado, é preciso que a sociedade se interesse pelo que está ocorrendo no Parlamento, para exigir decência. Os movimentos dos jovens no mês de junho parecem que não surtiram muito efeito porque a pouca-vergonha continua. Agora querem proibir os “Black Blocs”. Ninguém de sã consciência deseja violência, mas ações pacifistas de, por exemplo, fincarem dezenas de cruzes no chão em frente ao Congresso ou em outro lugar, para pedir providências contra o aumento da criminalidade no país, não surtem efeitos diante de um Parlamento e Governo descompromissados com as causas sociais. 
Júlio César Cardoso
Bacharel em Direito e servidor federal aposentado
Balneário Camboriú-SC

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