Esta não foi a primeira vez que o casal carioca preso em Jaboatão dos Guararapes por suspeita de tentar vender a filha de dois anos iria aplicar um golpe contra possíveis compradores da criança. A informação foi prestada na manhã desta quarta-feira pela filha mais velha do suspeito, em depoimento prestado na Gerência de Proteção a Criança e ao Adolescente (GPCA).
A jovem, de 18 anos, que morava com o pai e a madastra há oito meses, disse que o casal usava suas fotos para a negociação, apontado-a como mãe da irmã. Segundo ela, em julho deste ano a mesma menina foi negociada pela internet para uma família da Espanha que teria pago passagens e enviado dinheiro para levar a criança.
A outra filha do casal, de quatro anos de idade, também foi ouvida e será recolhida pelo Conselho Tutelar para um abrigo em Jaboatão dos Guararapes onde está a irmã mais nova, de dois anos.
Os pais seguiram para o Cotel e para a Colônia Penal Feminina, respectivamente, o homem e a mulher presos em flagrante no final da tarde de ontem. Levados para a Gerência de Polícia da Criança e do Adolescente (GPCA) do Recife, eles tiveram fiança arbitrada em R$ 15 mil para cada mas, como não pagaram a quantia, foram encaminhados para responder o processo na cadeia.
Eles foram autuados em flagrante por entrega de filho a terceiro mediante pagamento ou recompensa, crime previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Os dois podem pegar um pena de até quatro anos de reclusão.
Em depoimento, o homem disse que pretendia dar um golpe e não entregar a menina. A entrega seria feita na Estação do Metrô de Jaboatão, na Região Metropolitana do Recife (RMR) . A negociação foi feita por meio do Facebook com uma mulher de Campina Grande (PB), que resolveu denunciar o caso à Polícia Civil de Pernambuco e ao Ministério Público da Paraíba.
De acordo com o delegado, Geraldo da Costa, que apura o caso, o suspeito era foragido do regime semiaberto do estado do Rio de Janeiro. Ele assumiu ter feito um perfil falso na rede social e insistiu que fez tudo sozinho, motivado pela situação financeira precária da família. A crainça teria sido negociada por R$1,5 mil, um notebook e dez parcelas de R$ 200. A mãe da menina alegou que não teria condições de trabalhar e ficar com a criança ao mesmo tempo, mas teria entrado em contradição durante o depoimento.
Com informações do repórter Ed Wanderley/http://www.diariodepernambuco.com.br
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