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segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Caos organizado no futebol

Tostão (O Tempo)
Enfim, foi aprovada pelo Senado a proibição de dirigentes esportivos se reelegerem mais de uma vez, além da exigência de transparência nas entidades. Tem de entrar também a CBF. Ela é particular, mas de interesse público. O ótimo trabalho de ex-atletas, como Raí e Ana Mozer, e as críticas, durante anos, de vários colunistas e jornalistas esportivos não seriam suficientes para pressionar os políticos, se não fossem as manifestações de rua. Muitas outras coisas precisam mudar.

No meio de semana, vi os melhores jogadores e times da Europa e do Brasil. O futebol brasileiro evoluiu, recentemente, na maneira de jogar. Ufa! Volantes, meias e laterais não param de correr. Trocam de posições, atuam de uma intermediária à outra. O sonho de Marcelo Oliveira é trocar o centroavante fixo, Borges, por Júlio Baptista, como fez na quarta-feira e em outros jogos.

Ficou obsoleto o futebol compartimentado, em que volante marca, meia arma e centroavante finaliza. Não dá mais para analisar a maneira de jogar de uma equipe pelos números e pelo sistema tático. São vários sistemas em uma mesma partida. É o caos organizado.

O sistema tático é uma referência, um aviso dos treinadores aos jogadores, de que é necessário ter uma ordem, de que eles não podem ultrapassar certos limites e colocar a ambição individual acima da coletiva. Funciona como um superego, uma entidade crítica e repressora. Serve ainda para se proteger do acaso. Da mesma forma, racionalizamos nossos sentimentos para nos proteger dos desejos proibidos, do espanto e do mistério.

A maioria das equipes joga com um meia de cada lado, que faz dupla com o lateral, na defesa e no ataque. É um avanço. No passado, quase todos os pontas canhotos atuavam pela esquerda, e os destros, pela direita. Agora, é o contrário. Antes, eles driblavam para o lado de fora, para cruzar. Agora, driblam para dentro, para passar e finalizar. No movimento em diagonal para o centro, abrem-se espaços para o lateral avançar pela ponta.

Não é apenas o astral que mudou no São Paulo. Muricy fez boas modificações. Maicon é muito melhor que Fabrício. O técnico colocou Jadson e Ganso juntos, mas com Jadson pela direita, marcando, e não como um meia ofensivo, na mesma função de Ganso. Um atrapalhava o outro.

Prevaleceu a lógica, na vitória do Atlético-PR sobre o Flamengo. O melhor atacante do time paranaense, neste e nos outros jogos, não é Éderson, artilheiro do campeonato. É seu companheiro de ataque, Marcelo. Mano Menezes pediu demissão. Será que estava com medo da Segunda Divisão? Deve ter se sentido muito maior que o elenco.

Estarei de férias por duas semanas. Vou para Portugal, à procura de Fernando Pessoa. Espero encontrá-lo nos cafés e restaurantes que ele frequentava.

AINDA INDEFINIDO
O Cruzeiro adquiriu uma enorme vantagem, mas ainda não é campeão. As duas próximas partidas dos celestes serão mais difíceis que as do Botafogo. Já nas duas outras seguintes, será o contrário. Não ficarei também surpreso se o Cruzeiro aumentar sua vantagem e se tornar praticamente campeão muito antes do que se espera. É impressionante a velocidade com que o time vai para o ataque, finalizando de todas as maneiras.

Resta ao Atlético recuperar seus principais jogadores e melhorar o conjunto, para chegar bem ao Marrocos.

São poucas as chances do América de voltar à Primeira Divisão. Não adianta também retornar e cair.

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