A Câmara dos Deputados corrigiu ontem uma injustiça histórica com a devolução simbólica dos mandatos da bancada federal eleita pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB) para integrar a Assembleia Constituinte de 1946 e também exercer o cargo no parlamento até 1950. Faltando dois anos para o fim do mandato, em janeiro de 1948, os 14 deputados comunistas eleitos por São Paulo, Bahia, Pernambuco, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul tiveram seus mandatos cassados por uma resolução da própria Câmara. Entre eles figuravam nomes importantes da luta contra a ditadura do Estado Novo e do governo militar, como o escritor baiano Jorge Amado, os fundadores do partido, João Amazonas e Maurício Grabois, morto na Guerrilha do Araguaia, e o guerrilheiro Carlos Marighella, que chegou a ser considerado o principal inimigo do regime.
Também perderam os mandatos os deputados Joaquim Batista Neto (DF), José Maria Crispim (SP), Osvaldo Pacheco da Silva (SP), Milton Cayres de Brito (SP), Gregório Bezerra (PE), Agostinho Dias de Oliveira (PE), Alcedo Coutinho (PE), Claudino José da Silva (RJ), Alcides Sabença (RJ) e Abílio Fernandes (RS). A justificativa para a destituição dos cargos foi a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), no ano anterior, de cancelar o registro do Partido Comunista Brasileiro, que na, disputa de 1945, elegeu também Luiz Carlos Prestes senador. MAIS AQUI
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