Os Estados Unidos apoiaram nesta segunda-feira a realização de uma recontagem dos votos da eleição presidencial na Venezuela, vencida por estreita margem pelo sucessor escolhido por Hugo Chávez, Nicolás Maduro. Para a Casa Branca, a realização de uma auditoria é um passo "necessário e prudente".
"Dado o resultado apertado, o candidato da oposição e pelo menos um membro do conselho eleitoral pediram uma auditoria de 100% dos resultados. Parece ser um passo importante, prudente e necessário para assegurar que todos os venezuelanos tenham confiança nestes resultados", disse o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, em entrevista coletiva.
"Na nossa visão, correr para uma decisão nessas circunstâncias seria inconsistente com as expectativas dos venezuelanos por um resultado claro e democrático", completou o porta-voz. Maduro venceu o candidato da oposição, Henrique Capriles, com 50,7%, de acordo com os dados da comissão eleitoral. Capriles ficou com 49,1%.
Os ataques aos Estados Unidos foram uma constante na retórica de Chávez e continuaram no discurso de Maduro. No dia 5 de março, pouco antes do anúncio da morte do coronel, seu herdeiro político anunciou a expulsão de representantes americanos do país.
Além dos EUA, o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA) também apoiou a recontagem total dos votos da eleição, para a qual inclusive ofereceu ajuda do grupo. Em comunicado, a OEA disse que José Insulza expressou seu respaldo à iniciativa de realizar uma auditoria e uma recontagem completa da votação de domingo.
Oposição
O opositor Capriles convocou um panelaço contra a proclamação de Maduro como presidente. “O que estão escondendo? Por que precisam correr para proclamar?”, questionou Capriles. “Com a maior firmeza, nós acreditamos que ganhamos as eleições, e o outro comando também, cada um está no seu direito. Temos a convicção de que vencemos”.
“Ontem houve mais de 3.000 denúncias de fraude, busquem uma que envolva a oposição. Não há. Disseram que tentamos fazer um pacto. Pacto com a corrupção? Jamais”, afirmou, em referência às declarações de Maduro, segundo o qual Capriles havia tentado firmar um pacto de governo em meio à apuração dos votos. “O que queremos? Derrotar a corrupção. Derrotar os problemas. O povo votou por isso, é minha responsabilidade. Vamos lutar para que haja justiça, vamos lutar pela paz”. Foto: Carlos Garcia Rawlins/ReutersFonte: Veja
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