O senador Renan Calheiros (PMDB-AL) e seu filho, o deputado federal Renan Filho (PMDB-AL), usaram R$ 110,5 mil da cota parlamentar do Senado e da Câmara para uma empresa que pertence ao marido de uma assessora de gabinete do senador. A informação foi revelada neste sábado (19) pela revista "Época". Calheiros usou R$ 16 mil, em 2011, da cota de seu gabinete para a empresa Ibrape Pesquisa Ltda., sediada em Alagoas. Na época, a empresa pertencia à assessora Edênia Damasceno Sales, com 5% das cotas, e seu marido, Francivaldo Diniz, com 95% das cotas. Em março de 2012, Edênia deixou a empresa, hoje administrada pelo seu marido. Edênia está lotada no gabinete de Renan no Senado desde 2005, atuando no gabinete do senador em Maceió (AL). Em 2012, o deputado federal Renan Filho usou R$ 94,5 mil da verba de seu gabinete também para contratar o Ibrape. Os pagamentos ocorreram de janeiro a outubro. Calheiros é o candidato favorito para assumir a presidência do Senado no início de fevereiro.
Na Câmara, outro peemedebisa, o deputado Henrique Eduardo Alves (RN), também concorre com apoio dos principais partidos da Casa. No caso de Eduardo Alves, a Folha já havia revelado que um assessor recebeu pelo menos R$ 1,2 milhão de um órgão do governo federal controlado politicamente pelo deputado. Procurado ontem pela Folha em seu telefone celular para comentar o assunto, o senador não foi localizado. O aparelho permaneceu desligado. A assessoria de Renan Filho também não atendeu chamadas no aparelho celular. Na sede da Ibrape, em Maceió, localizada por telefone, uma funcionária disse que passaria o recado para Edênia e Diniz. Na residência do casal, também foi deixado recado, mas não houve retorno até o fechamento desta edição. Segundo "Época", Diniz afirmou que seu trabalho consiste em realizar pesquisas "sobre os problemas e as demandas de cada município". Edênia disse à revista que o fato de ser casado com Diniz não deveria "privar" o senador de ter acesso a "um serviço bom". Na semana passada, a Folha revelou que o senador usou R$ 10 mil da sua cota de gabinete para uma empresa de áudio e vídeo cujo responsável disse, contudo, que não trabalhou para o mandato do senador, mas sim para sua campanha eleitoral. Renan negou ter usado o recurso para quitar dívida eleitoral. As cotas parlamentares são recursos públicos. Os políticos podem usar a cota sem licitação pública e servidores públicos podem ser donos de empresas, desde que não exerçam cargos de direção. Os parlamentares apresentam as notas fiscais e são ressarcidos pela Casa. Da Folha.com
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