O guru espiritual que afirmou que a estudante de fisioterapia estuprada coletivamente em um ônibus em Nova Délhi (Índia) também fora culpada provocou muita revolta no país. Mas não pense que Asaram Bapu (foto acima) esteja sozinho.
"A culpa não é de um lado apenas", disse Bapu, acrescentando que Jyoti Singh Pandey, que acabou morrendo após ser levada a um hospital em Cingapura, deveria ter sido "mais gentil" com os seus algozes para evitar o pior.
Bem, após a declaração, muitos outros indianos expressaram posição semelhante à do guru, de acordo com a Reuters. Figuras de destaque na conservadora sociedade indiana e até líderes políticos alimentaram a visão distorcida de Bapu.
Segundo eles, jovens que usam saias curtas e saem à noite devem ter consciência que podem ser estupradas. Policiais costumam atribuir a causa de um ataque sexual às roupas das mulheres ou ao fato de a vítima trabalhar com homens.
Outros preferem apenas creditar a onda de violência sexual à influência do Ocidente.
O filho do presidente, Pranab Mukherjee, ridicularizou as mulheres que participaram das manifestações após o estupro de Jyoti, ocorrido em 16 de dezembro. Para ele, as manifestantes "têm pouca conexão com a realidade".
Pesquisa recente da TrustLaw aponta a Índia como o pior país do G-20 para as mulheres. Grande parte dos crimes sexuais não é denunciada. Os que são, raramente são punidos, afirmam ativistas dos direitos humanos.
A poucos quilômetros da Nova Délhi, capital do país, líderes comunitários proíbem as moradoras de usarem telefone celular e calça jeans.
Nenhum comentário:
Postar um comentário