Existe um paradoxo na política de crescimento do país em relação aos seus graves problemas regionais ainda não solucionados e combatidos com o empenho e eficiência devidos. É inadmissível pensar-se em políticas desenvolvimentistas sem primeiro combater as suas mazelas internas, as quais são tratadas pelos governos como manobras de propagandas políticas visando a obter dividendos políticos em futuros projetos eleitorais. E assim, os graves problemas nacionais não são arrostados, mas resolvidos de forma paliativa.
O problema da gravidade da seca nas regiões castigadas, sem medidas eficazes de combates, já vem de muito tempo. E o culpado por este estado de coisa é a própria cúpula política regional, que se elege apenas para tirar vantagem dos cargos que exercem e se esquecem de solucionar os cruciais problemas de suas regiões.
A bancada política do Norte e Nordeste, no Parlamento brasileiro, sempre foi muito expressiva, mas pouco eficiente para se preocupar com as reais dificuldades enfrentadas por suas regiões e povos. Em vez de a bancada fazer frente solidária para no Congresso ou junto ao governo federal encontrar alternativas positivas de curto, médio e longo prazo que possa elidir de vez os efeitos das estiagens, os políticos do Norte e Nordeste, no Congresso, preferem fazer politicagem - participar de fisiologismo espúrio, ajudar governos corruptos, gozar das mordomias e prebendas públicas – a encontrar solução definitiva para as questões de suas regiões, abandonando assim as angústias de seus irmãos descamisados, os quais só são lembrados em épocas de eleições.
As regiões Norte e Nordeste não são produtivas e desenvolvidas em relação ao Sul do país por culpa exclusiva de seus políticos, mal-intencionados, em que boa parte só quer tirar vantagem dos cargos que exercem e das glórias do poder. Quantas famílias de políticos do Norte e Nordeste vivem nababescamente, cuja riqueza foi extraída de atividades ilícitas políticas? Veja o caso emblemático da família Sarney! Veja a dinastia familiar de filhos de políticos no Norte e Nordeste, os quais não sabem fazer outra coisa senão exercer política remunerada. Enquanto isso, problemas de secas, misérias, analfabetismos, educação, saúde, segurança etc. continuam sendo tratados por esses políticos de forma vergonhosa.
Quando eu vejo as medidas provisórias paliativas de socorro à estiagem, ou as considerações de alguns políticos das bancadas Norte-Nordeste, na tribuna da Câmara ou do Senado, acerca do problema da seca, não me causa mais impacto porque esses discursos políticos já são de conhecimento de todos: muita retórica e pouco resultado.
Na verdade, o que sufoca o país são os gastos astronômicos para sustentar, por exemplo, um Congresso Nacional inchado, inoperante, bem como os legislativos em geral, cujas despesas inúteis com a quantidade de parlamentares no Brasil poderiam estar sendo canalizadas para resolver muitos problemas sociais brasileiros, como as prevenções contra o período de escassez de chuvas.
Júlio César Cardoso
Bacharel em Direito e servidor federal aposentado
Balneário Camboriú-SC / Para o Tabocas Noticias
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