Uma pesquisa da empresa de tecnologia da informação Unisys mostra que os brasileiros estão menos preocupados com a vulnerabilidade de sites de compras e internet banking, passando de 54% para 42% os que se dizem com receio de usar esses canais. No entanto, quando o consumidor fica mais confiante, ele pode abrir brechas para os cybercriminosos, o que tem feito da internet o principal terreno para fraudes em cartões de crédito.
Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Cartão de Crédito e Serviços (Abecs), houve a migração dos crimes para o meio virtual. Dados da Abecs mostram que 85% das transações realizadas hoje são feitas com cartão que carregam chip — o chamado smartcard, tecnologia que trouxe mais segurança para o setor.
“O uso do chip diminuiu as fraudes, pois ainda não se conseguiu quebrar esse sistema”, conta Henrique Takaki, coordenador do comitê de segurança e prevenção de fraudes da associação. “A fraude está migrando para compras na internet.”
A Visa do Brasil reconhece que o principal canal para fraudes tem sido a web. “Hoje a maior parte das fraudes acontece com o cartão não presente, ou seja, no e-commerce”, diz Edson Ortega, diretor executivo de risco da Visa do Brasil. Contudo, a bandeira avalia que o total financeiro fraudado é pequeno: de cada US$ 100 gastos no cartão na América Latina, R$ 0,06 são fraude.
Para tentar inibir esse tipo de crime, a Visa aplicou uma tela adicional em que o cliente deve confirmar dados, à semelhança do que é feito nos sites dos bancos.
Códigos maliciosos, que infectam os computadores para roubo de dados, e sites falsos de vendas levam os consumidores a ter seus cartões de crédito fraudados. “As pessoas são tentadas pela oportunidade, o que pode ser um golpe. Se um produto custa R$ 100 na grande maioria das lojas e algum estabelecimento anuncia por R$70, desconfie. Pode ser um site falso que usa a promoção para atrair o consumidor”, afirma Hugo Costa, diretor da ACI Worldwild, empresa que fornece sistemas de pagamentos eletrônicos.
Segundo Takaki, da Abecs, as fraudes na internet com cartões de crédito ocorrem por descuido do usuário. “Assim como no caixa do banco não se deve aceitar ajuda de um estranho. Não se deve abrir um e-mail, arquivo ou link desconhecido, assim como fazer compras em um site no qual nem um contato para o consumidor existe”, explica o especialista.
Os casos de fraude na web já atingem até quem não faz compras em lojas virtuais. A secretária Sueli Pelissari Ascenço, de 55 anos, diz que vive constantemente de olho no extrato de seu cartão de crédito e toma medidas para não correr o risco de tê-lo clonado, após ter sido lesada duas vezes.
“Da primeira vez, suspeito que meu cartão tenha sido clonado em um posto de gasolina, pois não tinha chip. Fizeram muitas compras após esse dia em um shopping. Compraram vários pares de tênis e até joias. Reclamei e consegui provar que as compras não foram feitas por mim”, conta.
O segundo cartão de Sueli veio com chip e, apesar de todos os cuidados que passou a tomar, ela foi novamente vítima de fraude. “Fizeram compras em um site de uma grande rede do varejo. Eu não compro nada pela internet e nunca comprei nada nessa loja. Contestei o valor e agora aguardo resposta do banco. Eu tomo todos os cuidados e nem assim consegui escapar. Acho que copiaram os dados do meu cartão, mas não sei exatamente como foi feito isso”, lamenta a secretária.
A pesquisa da Unisys mostra, ainda, que grande parte dos brasileiros está menos preocupada com fraudes relacionadas a cartão de crédito e débito. O levantamento feito no primeiro semestre deste ano apontou que 73% das pessoas têm receio em relação ao uso do cartão de crédito ou crimes envolvendo esse meio de pagamento. Nos seis primeiros meses de 2011, 86% dos entrevistados se diziam preocupados. De http://www.jt.com.br/seu-bolso/
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