A família da brasileira encontrada morta na semana passada em Portugal disse que ficou sabendo do assassinato por uma mensagem privada enviada pelo Facebook, segundo uma das filhas da vítima, a promotora de vendas Janaína Nunes, 35 anos.
“Minha irmã mais nova estava no hospital, recuperando-se de uma cirurgia no estômago, quando, pelo notebook, entrou no Facebook e viu a mensagem de uma amiga da minha mãe contando o que tinha acontecido. Ela entrou em desespero, ficou em choque”, diz Janaína.
Janaína deve embarcar nesta terça-feira (19) para Portugal para providenciar a liberação do corpo da mãe. A passagem está comprada, mas ainda depende da emissão do passaporte de emergência, o que deve acontecer amanhã. “Já estou com toda a documentação em mãos para dar entrada.”
Mirian da Costa Nunes, 53, foi encontrada morta na última quinta-feira (14), em seu apartamento em Torres Vedras, cidade a 53 km de Lisboa.
A última vez que as filhas tiveram notícias da mãe foi dois dias antes de o corpo ser encontrado. “Falei com a minha mãe na terça-feira e ela estava normal, não comentou nada de diferente. Falamos da cirurgia da minha irmã e de outras coisas corriqueiras.”
Segundo Janaína, a mãe não tinha namorado nem havia se desentendido com ninguém. “Que a gente soubesse, ela não estava namorando, não tinha inimigos nem nunca reclamou de ter recebido ameaças.”
Mirian foi para Portugal há seis anos, depois de fechar o trailer onde servia refeições em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo. Segundo Janaína, o local onde o trailer funcionava foi desapropriado pela prefeitura para fazer a ampliação de uma avenida. Mirian decidiu, então, tentar a vida em Portugal, incentivada por uma amiga que vivia lá.
Após um mês em Portugal, ela começou a trabalhar como doméstica em uma casa de família e, meses depois, conseguiu a cidadania portuguesa. Nos últimos tempos, segundo Janaína, a mãe vendia roupas e cabelo artificial pela internet.
Mãos e pés amarrados
A embaixada de Portugal em Brasília não deu informações sobre o caso. De acordo com o site português "Público", a vítima estava desaparecida havia dois dias e os bombeiros foram chamados para arrombar o apartamento. Lá, teriam encontrado Mirian com pés e mãos amarrados. A publicação também afirma que havia sinais de incêndio no apartamento.
O Itamaraty informou que o consulado brasileiro em Lisboa está à disposição da família para prestar esclarecimentos sobre os procedimentos a serem adotados para a liberação do corpo. A responsabilidade pelo traslado, assim como o pagamento, é da família, segundo a assessoria de imprensa do ministério.
Segundo o advogado José Beraldo, que representa as filhas da vítima, ainda será discutido com será feito o traslado para o Brasil. “Talvez seja mais prático trazer as cinzas, mas isso ainda não está definido”.
O advogado disse que não dispõe informações sobre a investigação policial. "Acredito que a perícia e a necrópsia tenham sido feitas. Caso haja algum problema dessa natureza, nada impede de processarmos as autoridades portuguesas." Fernanda Calgaro Do UOL, em São Paulo
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