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quarta-feira, 27 de junho de 2012

Custo prejudica que Brasil faça levantamento anual sobre consumo de drogas no país


O alto custo é um dos motivos pelos quais o Brasil não faz levantamentos nacionais anuais sobre consumo de drogas, segundo a secretária nacional interina de Políticas sobre Drogas, Carla Dalbosco. A última pesquisa desse porte foi feita em 2005. A secretária interina informou que a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad) está trabalhando em um novo levantamento domiciliar, que deve ser feito ainda este ano.

“Em um país de dimensões continentais, uma pesquisa como essa envolve um aporte de recursos muito alto. Não é que o Brasil não tenha dados consistentes, se vocês acessarem o Observatório Brasileiro de Informações sobre Drogas, tem lá muitos resultados de pesquisas (pontuais)”, disse a secretária interina.

A falta de dados sobre uso de drogas no país motivou uma reclamação do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (Unodc) ao Brasil, durante o lançamento do Relatório Mundial sobre Drogas 2012, divulgado nesta terça-feira (26). O representante do Unodc para o Brasil e Cone Sul, Bo Mathiasen, disse não saber qual é a prevalência do consumo de crack e de cocaína no Brasil.

Além do novo levantamento nacional, a Senad está desenvolvendo uma pesquisa sobre consumo de crack no Brasil, em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a universidade americana de Princeton. Os primeiros resultados deveriam ter sido divulgados no ano passado, no entanto, de acordo com Carla Dalbosco, a pesquisa, por ser complexa, demorou mais tempo do que era esperado.


“Ela está sendo finalizada. É uma pesquisa complexa, porque não se destinava apenas a saber o número de usuários, mas entender o contexto de vida desses usuários. Apesar da pesquisa não ter sido concluída ainda, os primeiros dados serão divulgados em breve”, garantiu.

De acordo com Carla Dalbosco, o governo procura investir principalmente em ações preventivas. “Entendemos que se a gente conseguir antecipar essas ações, fica mais fácil contornar o problema. A nossa aposta é na formação dessa rede e social, entendendo que o tema não vai ser resolvido de forma isolada, mas que depende e congrega vários setores diferentes”.

A secretária interina participou nesta terça (26) do lançamento da nova etapa do projeto Diga Sim à Vida, uma parceria com o Instituto Maurício de Sousa. Revistas de A Turma da Mônica incentivando o combate às drogas serão distribuídas em 15 mil escolas públicas. Durante o evento, também foram entregues os prêmios dos concursos promovidos pela Senad sobre o tema: Prevenção do Uso de Drogas é Compromisso de Todos. Os concursos são voltados a ações preventivas nas escolas e na comunidade.

Agência Brasil

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