A presidente Dilma Rousseff receberá hoje um grupo de empresários para discutir como tirar a indústria da apatia e, ao mesmo tempo, pedir para que não haja aumento de preços e do desemprego. O objetivo central do Palácio do Planalto é garantir os investimentos privados, fundamentais para que a economia tenha este ano desempenho mais forte do que o registrado em 2011.
O encontro foi definido há duas semanas com a divulgação dos primeiros indicadores de desempenho da indústria neste início de ano. Os dados evidenciaram que o setor foi, de fato, impactado pela crise mundial e pela intensa concorrência com os produtos importados e seus preços mais baixos.
A lista de convidados do Planalto conta com nomes como o do presidente da Vale, Murilo Ferreira, o presidente da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Benjamin Steinbruch e pesos pesados da construção, como José Roberto Ermírio de Moraes (Votorantim), Sérgio Andrade (Andrade Gutierrez) e Luiz Nascimento (Camargo Corrêa). O setor financeiro também estará presente. Lázaro Brandão e Luiz Carlos Trabucco, do Bradesco, participarão do encontro, assim como Roberto Setúbal (Itaú) e André Esteves (BTG Pactual).
O discurso da presidente tem um mote certo: palavras de ânimo aos empresários para que apostem no País e não recuem em seus investimentos. Dilma quer tranquilizar a classe empresarial e garantir que seu governo não é contra a indústria. O setor receberá estímulos tributários para manter a produção em alta para sustentar a demanda dos consumidores e a economia em atividade.
Desaceleração
Apesar de os empresários apontarem desde meados do ano passado que a indústria estava estacionando sua atividade, o governo, na época, foi pouco sensível aos apelos. É verdade que foi lançado o Plano Brasil Maior, mas foram poucas as medidas implementadas. A providência de maior inspiração — a desoneração da folha de salários — não foi bem-sucedida e está sendo agora reformulada.
Apesar de os empresários apontarem desde meados do ano passado que a indústria estava estacionando sua atividade, o governo, na época, foi pouco sensível aos apelos. É verdade que foi lançado o Plano Brasil Maior, mas foram poucas as medidas implementadas. A providência de maior inspiração — a desoneração da folha de salários — não foi bem-sucedida e está sendo agora reformulada.
O próprio Banco Central reconheceu no texto da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada na semana passada, que o setor industrial teve um desempenho abaixo do esperado.
Agora, a área econômica corre contra o tempo para relançar a economia e tirar a indústria da letargia. O objetivo é ambicioso: sair do crescimento de 2,7% do Produto Interno Bruto (PIB), verificado em 2011, para atingir entre 4% e 4,5% do PIB este ano, como deseja a presidente Dilma.
A equação que o governo tenta resolver é mais complexa e envolve o equilíbrio entre a política monetária (controle da inflação por meio da taxa de juros), a cambial (contendo a excessiva valorização do real) e a fiscal, que tem exibido bons resultados. O ajuste das taxas de juros tem sido um coadjuvante importante na política para estimular a economia.
O diagnóstico do Palácio do Planalto é o de que a crise financeira internacional, que abate os Estados Unidos e países da zona do euro, não tem solução fácil e nem de curto prazo. Enquanto isso, o governo blinda o País ajustando a sintonia entre as políticas cambial, monetária e fiscal, para que possa manter a prosperidade conquistada pelas classes C e D. A ideia é consolidar a classe média, considerada grande fonte de consumo. De http://www.jt.com.br/seu-bolso/
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