As autoridades de Santa Rita de Cássia (BA), a 829 km de Salvador, foram acionadas na madrugada deste domingo (29) para o atendimento a uma ocorrência grave, até então nunca registrada no oeste da Bahia. Informações de populares davam conta que um avião de grande porte teria caído na zona rural do município, explodindo em seguida.
A informação mobilizou o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e as polícia Civil e Militar, que iniciaram uma operação, em plena madrugada, na busca pelo então avião em chamas. Corpo de Bombeiros, hospitais da região e IML já estavam de sobreaviso, prontos para entrar em ação em caso de uma emergência.
Mas toda a adrenalina e mobilização das autoridades em plena madrugada foram em vão: a notícia, que mobilizou toda a cidade na manhã deste domingo, não passava de um trote. “O camarada responsável por esse alarde é um desses que bebe demais e vive espalhando histórias. Pelo trote, ele está preso aqui na delegacia”, informou ao UOL o agente administrativo da Polícia Civil Firmo Nascimento Neto.
Segundo Neto, o nome do autor da “pegadinha” que acionou todo o serviço de emergência da pequena cidade, com 26 mil habitantes, é Gérson e é figura conhecida nas ruas de Santa Rita de Cássia. “É um desses bêbados que costumam perambular pelas cidades do interior”, contou o agente.
“Ele saiu passando essa informação pela cidade. A notícia correu, e já foi outra pessoa que ligou ao Samu, por volta das 4h, para dizer sobre a queda desse avião. Equipes foram deslocadas à região conhecida como campos de cima, na zona rural, mas não tinha absolutamente nada no local”, disse.
Por conta da informação da queda do avião, Neto disse que a Polícia Militar e uma equipe do Samu foram até o local em busca dos “destroços.” “Nós [da Polícia Civil] também estávamos indo ao local, já estávamos prontos, mas fomos informados que não passava de um trote. Foi quando o responsável foi identificado e detido”, disse, contando que Gérson ainda estava detido na delegacia da cidade nesta segunda-feira e vai responder a um TCO (Termo Circunstanciado de Ocorrência) por passar informação inverídica aos órgãos de emergência.
Apesar da informação da queda do avião ser falsa, o fato acabou gerando grande repercussão na manhã do domingo na cidade e chegou a ser divulgada na rádio e em sites de notícia local. Segundo um dos blogs de notícia da cidade, que divulgou a informação da queda do avião com direito a tarja “exclusivo”, “não haveria sobreviventes.” “Em Barreiras [cidade próxima] é grande a movimentação de funerárias”, disse o repórter, relatando, em post seguinte ainda na manhã do domingo, que a notícia era um trote, e o autor estava preso.
“A cidade é pequena, e todo mundo ficou sabendo da história. A repercussão foi muito grande. Alguns foram até ao local, mas como ainda era fim da madrugada, a notícia veio mesmo pela manhã, quando a cidade inteira ficou sabendo da confusão. Foi um caso realmente inusitado, nunca visto aqui na cidade”, afirmou o agente Firmo Neto.
Onde está a equipe devidamente responsavel por informações à imprensa? Será que as informações acima estão completas e precisas?
ResponderExcluirEstive na cidade nesse periodo de turbulência. Segundo a PM, o proprio teria direcionado uma chamada de emergencia às equipes locais. Não vi, em momento algum, na informação acima que o individuo fora preso e surrado no interior da delegacia. (Ouvia-se os gritos). O mesmo não passa de um necessitado de atendimento psiquiátrico, já que é conhecido na cidade tambem por suas alucinações. Onde estão os direitos humanos nessa cidade? Será que a melhor forma de resolver os conflitos é o policiamento se impor como juiz e medico para determinar a pena e as condições de algumas pessoas? Alguém pode nos dar respostas?