Como o Contas Abertas já havia estimado no começo de 2012, o primeiro ano do governo Dilma Rousseff deixou R$ 57,2 bilhões em pagamentos pendentes só de investimentos em estradas, aeroportos e projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Os restos a pagar são despesas programadas para um ano que, por não serem pagas no mesmo exercício, são remanejadas para o ano seguinte. O número estimado é maior que o antigo recorde deixado pelo governo Lula.
Os compromissos rolados para este ano representam 71,2% dos R$ 80,3 bilhões previstos no orçamento de investimentos do governo federal para 2012, já aprovado pela presidente no mês passado. Desta forma, caso opte por quitar os débitos, Dilma Rousseff terá apenas R$ 23,1 bilhões para aplicar em novos projetos de infraestrutura no país.
Em 2011, por exemplo, foram gastos R$ 25,3 bilhões na quitação de faturas pendentes. Mas apenas R$ 16,6 bilhões foram destinados a novos projetos autorizados no ano. No total, os investimentos somaram R$ 41,9 bilhões no ano passado; em 2010, chegaram a R$ 44,7 bilhões. (veja tabela)
No final do ano passado, quando o Contas Abertas divulgou a estimativa de restos a pagar para 2012, a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, se mostrou muito calma com o fato de o primeiro ano do mandato ter terminado com R$ 57,2 bilhões em restos a pagar. “Não nos preocupa, o orçamento de investimento é plurianual”, respondeu.
Só no mês de dezembro, foram registrados pelo Tesouro Nacional mais de R$ 17 bilhões de compromissos gastos com investimentos. O último mês do ano concentrou 35% dos chamados “empenhos”, ou seja, valores reservados em orçamento para poderem ser utilizados.
Obras de saneamento nas cidades representam a maior parte das contas a pagar. Em seguida destacam-se obras de urbanização de favelas. O Ministério das Cidades figura, assim, no topo do ranking das Pastas de maior volume de compromissos repassados para 2012: R$ 19,7 bilhões. O Ministério dos Transportes também supera a quantia de R$ 10 bilhões.
A polêmica transposição do Rio São Francisco está entres os investimentos que começaram este ano com o maior volume de restos a pagar, com cerca de R$ 1,7 bilhão. O Ministério do Turismo, alvo da faxina do primeiro ano do mandato de Dilma, deixou a fatura de R$ 3,3 bilhões para ser paga. De Contas Abertas
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