Foto: Reprodução e Marcello Casal Jr/ABr (27.09.2011)
Brasília247 – Perto de completar 15 anos de um dos maiores atos de vandalismo já registrados no Distrito Federal, a cena inescrupulosa se repete. Em 20 de abril de 1997, cinco jovens de classe média de Brasília atearam fogo no índio pataxó Galdino Jesus dos Santos, de 44 anos, que dormia em uma parada de ônibus na Asa Sul. Na madrugada de domingo (26), dois moradores de rua que dormiam em Santa Maria, distante 26 km de Brasília, viveram o mesmo drama: foram vítimas de marginais.
Os homens de 26 anos e 46 anos tiveram 60% dos corpos queimados. O ato aconteceu na QR 118, no conjunto H, em via pública, próximo a uma padaria da região. Eles dormiam em um sofá quando foram surpreendidos com as chamas. Segundo o Corpo de Bombeiros, os homens tiveram queimaduras de 3º grau e foram levados para o Hospital Regional da Asa Norte (Hran). Um deles – assim como o índio Galdino – não resistiu aos ferimentos e morreu no hospital.
Testemunhas descreveram a “brincadeira de mau gosto” dos delinquentes. Por volta das 22h de sábado (25), sete jovens passaram pelo local onde os moradores de rua dormiam. Eles atearam fogo no sofá velho, mas as chamas não se mantiveram acesas. Cerca de uma hora e meia depois, três dos sete jovens voltaram à QR 118 de bicicleta, jogaram um líquido em cima dos dois homens e os incendiaram. Os criminosos tinham aparência de adolescentes e fugiram em seguida deixando o fogo se alastrar.
Não houve nenhuma discussão ou até briga entre os moradores de rua e os jovens. Os mendigos não têm passagem pela polícia e costumavam dormir no sofá que ficava embaixo de uma árvore da região que é residencial e comercial. Segundo testemunhas, foi um ato covarde. Essa pessoa que presenciou a cena ainda será ouvida pela polícia. Segundo a 33ª Delegacia de Polícia (Santa Maria), a testemunha chamou o Corpo de Bombeiros que fez os primeiros socorros no local e levou as vítimas para o hospital.
A polícia procura pelos jovens assassinos do morador de rua. É possível que a história se repita novamente e que os marginais continuem soltos assim como no caso do índio Galdino. Naquela época, os cinco jovens de família encharcaram Galdino com um litro de álcool e depois atearam fogo conseguiram liberdade. Galdino chegara a Brasília no dia anterior, 19 de abril, Dia do Índio. Ele participou de várias manifestações pelos direitos dos índios. Era um lutador, que morreu vítima de assassinos. Não é possível que continuemos a presenciar seres humanos irresponsáveis incendiando pessoas vivas. É preciso fazer justiça. Informações dos portais de notícias Correio Braziliense e G1.
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