Os policiais militares da Bahia decidiram, em assembleia na noite de ontem, encerrar a paralisação, que já durava 12 dias. O policial militar baiano Ivan Leite, um dos líderes sindicais, admitiu que a pressão popular foi determinante para encerrar a paralisação.
"Estávamos sendo jogados contra a sociedade", ressaltou. Segundo ele, o fim da greve foi negociado com o governo. "Estive à tarde com o comandante-geral da PM (Alfredo Castro) e conseguimos a anistia administrativa para toda a tropa grevista. Isso foi crucial para o fim do movimento." Na sequência, Castro veio a público e negou qualquer acordo ou reunião. "Já tínhamos dado a anistia para quem não se envolveu em crimes até sexta-feira. E o ponto de quem faltou na sexta e hoje (ontem) será cortado."
Na prática, segundo o comandante, os sindicalistas aceitaram na íntegra a proposta salarial apresentada pelo Estado desde terça-feira. Eles terão 6,5% de aumento retroativo a janeiro (mesmo reajuste definido para todo o funcionalismo), além do pagamento da Gratificação por Atividade Policial do nível 4 (em novembro e abril de 2013) e do nível 5 (a ser paga em 2014 e 2015).
A proposta de obter anistia ou afrouxamento dos mandados de prisão dos líderes grevistas - cinco já cumpridos - saiu definitivamente da pauta. Oito sindicalistas ainda são considerados "foragidos".
Desde o dia 31 de janeiro, quando a paralisação no estado começou, o movimento se estendeu para cidades no interior do estado. Em todas as regiões, houve mudanças na rotina dos moradores, com o fechamento de escolas, universidades, fóruns e outros órgãos públicos.
Durante a greve, o número de homicídios na Bahia cresceu. Até ontem foram 164 o número de assassinatos na região metropolitana, 101 na capital, desde o início da greve. A média de 14,9 homicídios por dia é mais que o dobro da registrada nas semanas anteriores ao início da paralisação, 6,7.
O momento mais violento foi entre os dias 3 e 6, quando houve 92 assassinatos na região metropolitana, média de 24 por dia. Apenas na sexta-feira, dia 3, houve 31 homicídios. Segundo a assessoria da Secretaria de Segurança Pública, o índice foi o maior já registrado, em apenas um dia, na região metropolitana. Segundo autoridades baianas, a greve não afetaria a segurança organizada para o Carnaval de Salvador, que deve render mais de US$ 1 bilhão. De http://epocanegocios.globo.com/ Por Agência Estado
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