Começou nesta terça-feira (13) no Pará a campanha oficial para o plebiscito sobre a proposta de divisão do Estado. No dia 11 de dezembro, os eleitores paraenses irão às urnas decidir se aprovam ou não a criação dos Estados de Carajás e Tapajós.
O deputado Giovanni Queiroz (PDT-PA) defende a divisão. Segundo ele, já existe o precedente favorável da divisão de Goiás que deu origem ao atual estado de Tocantins. "O que queremos é aquilo que já ocorreu em outros momentos. Quando criaram o Tocantins ou há 33 anos quando Mato Grosso e Mato Grosso do Sul foram separados se implantou aí um laboratório e posso dizer que todos eles tiveram um crescimento extraordinário", afirma.
Queiroz também questiona a viabilidade administrativa de um estado com as dimensões do Pará. "O Pará tem hoje 1.248.000 km². Como pode funcionar um governador lá na ponta norte estendendo seu braço de Estado para atender nós do sul do Pará que ficamos às vezes a 1.200 km de distância. Não tem bom governante que dê conta", argumenta.
Problemas regionais
Para o deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA) os problemas do Pará não serão resolvidos com a divisão. Segundo ele, os problemas do estado são na verdade regionais. "Eles são causados pela deformação do pacto federativo. A Amazônia e o Pará são vítimas de um modelo concentrador de renda", defende.
Na opinião do parlamentar, mesmo hospedando boa parte da biodiversidade do planeta e produzindo quantidades cada vez maiores da energia nacional, os paraenses são muito pouco beneficiados pelas suas riquezas. "O Pará é almoxarifado do desenvolvimento alheio", critica.
Custos elevados
Pela proposta, o Tapajós ficará com toda a área do oeste paraense, enquanto Carajás será formado com o atual sudeste do Pará. De acordo com cálculos do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), os custos anuais de manutenção dos dois estados ficarão em torno de R$ 5 bilhões.
De acordo com o Diário do Pará, foram registradas cinco frentes no Tribunal Regional Eleitoral. Elas serão responsáveis pela propaganda na TV e no rádio, que começará em 11 de novembro e vai até o dia 9 de dezembro.Da Agência Câmara de Notícias
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