Tramita na Câmara dos Deputados um projeto de lei que poderá por fim a uma invejável regalia dos servidores públicos federais: a aposentadoria integral. Caso seja aprovada, a norma vai limitar o valor dos benefícios a R$ 3.689,66 e quem quiser ganhar mais terá de contribuir com um fundo de previdência complementar.
O projeto (PL 1992/07) foi aprovado na última quarta-feira (31) pela Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público, onde estava parado desde 2007. Da forma como está, o texto cria a Funpresp (Fundação da Previdência Complementar do Servidor Público Federal), a qual todos os servidores públicos federais terão que aderir caso queiram receber uma aposentadoria mais gorda no futuro.
A ideia é reduzir o prejuízo causado todos os anos à previdência. Segundo dados do Ministério da Previdência Social, os 950 mil servidores públicos federais geraram rombo de R$ 51 bilhões em 2010. O valor é R$ 8 bilhões superior ao déficit provocado pelos 24 milhões de aposentados brasileiros que trabalham com carteira assinada – chamados celetistas - e que desfrutam do Regime Geral de Previdência Social, cujo teto é R$ 3.689,66.
O novo regime abrangeria todos os servidores públicos federais, titulares de cargo efetivo da União, suas autarquias e fundações, inclusive para os membros do Poder Judiciário, do Ministério Público e do TCU (Tribunal de Contas da União).
Quem optar pelo novo regime vai receber dois benefícios complementares quando se aposentar: um do órgão empregador, até o limite do INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social), e outro da Funpresp, decorrente das contribuições feitas a partir da adesão.
Durante a votação na Comissão de Trabalho, 12 destaques (propostas de alteração do projeto) foram apresentados, mas todos acabaram rejeitados pelo colegiado. O assunto, porém, não é consensual entre os deputados.
O relator, Silvio Costa (PTB-PE) – que também preside a comissão – acredita que o projeto é o início da reforma tributária tão aguardada pela sociedade. Em entrevista ao R7, ele explicou que a medida não atinge os funcionários públicos atuais.
- A previdência é um assunto que a gente tem que resolver urgentemente até para, no futuro, termos caixa para pagar as aposentadorias desses servidores. O projeto aprovado não prejudica nenhum atual servidor, até porque a lei não pode ser retroativa.
Já a deputada Andrea Zito (PSDB-RJ) teme que a medida torne os cargos públicos menos “atraentes”.
- Ao equiparar trabalhadores do setor privado que não recebem FGTS [Fundo de Garantia do Tempo de Serviço], participação nos resultados e outros direitos trabalhistas dos celetistas, o projeto tornará os cargos públicos pouco atraentes.
Costa não concorda. O relator diz que qualquer trabalhador com carteira assinada trocaria seus benefícios - como FGTS e participação nos lucros da empresa – pela estabilidade do serviço público.
- Os servidores federais têm essa regalia da estabilidade. Então ele não pode argumentar que a iniciativa privada ganha 40% quando é demitida ou que tem FGTS. O trabalhador entra e sabe pelo resto da vida não será demitido.
A diretora da Confederação dos Servidores Públicos do Brasil, Maria Helena de Sena Brito, posiciona-se radicalmente contra o projeto de lei. A entidade acusa o atual governo de “achatar” o salário dos funcionários públicos.
- Toda medida que o governo publica é simplesmente para achatar o salário dos servidores, principalmente dos aposentados e pensionistas, que são os que mais têm sofrido com esse governo.
Maria Helena discorda, inclusive, dos dados fornecidos pelo ministério da Previdência e afirma que não há saldo negativo na pasta.
- O governo vem sempre dizendo que há rombo na previdência, mas não há. Existe má administração. Pode até se dizer que existe desvio de dinheiro, mas rombo não existe.
O projeto de lei seguirá para outras três comissões – Seguridade Social e Família; Finanças e Tributação; Constituição e Justiça – e seguirá diretamente para o Senado, sem precisar passar pelo plenário da Câmara. Caso seja aprovada pelos senadores, será submetido à sanção presidencial.
O relator, Silvio Costa, afirmou que o governo é favorável ao novo regime, o qual conta com apoio de diversos ministros, entre eles Garibaldi Alves (Previdência) e Guido Mantega (Fazenda).Fonte: Priscilla Mendes, do R7
O projeto (PL 1992/07) foi aprovado na última quarta-feira (31) pela Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público, onde estava parado desde 2007. Da forma como está, o texto cria a Funpresp (Fundação da Previdência Complementar do Servidor Público Federal), a qual todos os servidores públicos federais terão que aderir caso queiram receber uma aposentadoria mais gorda no futuro.
A ideia é reduzir o prejuízo causado todos os anos à previdência. Segundo dados do Ministério da Previdência Social, os 950 mil servidores públicos federais geraram rombo de R$ 51 bilhões em 2010. O valor é R$ 8 bilhões superior ao déficit provocado pelos 24 milhões de aposentados brasileiros que trabalham com carteira assinada – chamados celetistas - e que desfrutam do Regime Geral de Previdência Social, cujo teto é R$ 3.689,66.
O novo regime abrangeria todos os servidores públicos federais, titulares de cargo efetivo da União, suas autarquias e fundações, inclusive para os membros do Poder Judiciário, do Ministério Público e do TCU (Tribunal de Contas da União).
Quem optar pelo novo regime vai receber dois benefícios complementares quando se aposentar: um do órgão empregador, até o limite do INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social), e outro da Funpresp, decorrente das contribuições feitas a partir da adesão.
Durante a votação na Comissão de Trabalho, 12 destaques (propostas de alteração do projeto) foram apresentados, mas todos acabaram rejeitados pelo colegiado. O assunto, porém, não é consensual entre os deputados.
O relator, Silvio Costa (PTB-PE) – que também preside a comissão – acredita que o projeto é o início da reforma tributária tão aguardada pela sociedade. Em entrevista ao R7, ele explicou que a medida não atinge os funcionários públicos atuais.
- A previdência é um assunto que a gente tem que resolver urgentemente até para, no futuro, termos caixa para pagar as aposentadorias desses servidores. O projeto aprovado não prejudica nenhum atual servidor, até porque a lei não pode ser retroativa.
Já a deputada Andrea Zito (PSDB-RJ) teme que a medida torne os cargos públicos menos “atraentes”.
- Ao equiparar trabalhadores do setor privado que não recebem FGTS [Fundo de Garantia do Tempo de Serviço], participação nos resultados e outros direitos trabalhistas dos celetistas, o projeto tornará os cargos públicos pouco atraentes.
Costa não concorda. O relator diz que qualquer trabalhador com carteira assinada trocaria seus benefícios - como FGTS e participação nos lucros da empresa – pela estabilidade do serviço público.
- Os servidores federais têm essa regalia da estabilidade. Então ele não pode argumentar que a iniciativa privada ganha 40% quando é demitida ou que tem FGTS. O trabalhador entra e sabe pelo resto da vida não será demitido.
A diretora da Confederação dos Servidores Públicos do Brasil, Maria Helena de Sena Brito, posiciona-se radicalmente contra o projeto de lei. A entidade acusa o atual governo de “achatar” o salário dos funcionários públicos.
- Toda medida que o governo publica é simplesmente para achatar o salário dos servidores, principalmente dos aposentados e pensionistas, que são os que mais têm sofrido com esse governo.
Maria Helena discorda, inclusive, dos dados fornecidos pelo ministério da Previdência e afirma que não há saldo negativo na pasta.
- O governo vem sempre dizendo que há rombo na previdência, mas não há. Existe má administração. Pode até se dizer que existe desvio de dinheiro, mas rombo não existe.
O projeto de lei seguirá para outras três comissões – Seguridade Social e Família; Finanças e Tributação; Constituição e Justiça – e seguirá diretamente para o Senado, sem precisar passar pelo plenário da Câmara. Caso seja aprovada pelos senadores, será submetido à sanção presidencial.
O relator, Silvio Costa, afirmou que o governo é favorável ao novo regime, o qual conta com apoio de diversos ministros, entre eles Garibaldi Alves (Previdência) e Guido Mantega (Fazenda).Fonte: Priscilla Mendes, do R7
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