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segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

É BRASIL:PARENTE DE PRESO RECEBE R$ 594 POR MÊS

Não se muda a natureza das instituições. O máximo que se pode exigir de um Estado maluco é um mínimo de maluquice. As birutices chegam ao noticiário em porções regulares. A penúltima dose foi servida pelo repórter Jailton Freitas. Neste ano de 2011, a Viúva (O Governo) vai gastar R$ 210 milhões com o pagamento de uma esquisitice chamada "auxílio-reclusão". Trata-se de benefício pago a familiares de presos pobres. Não, não. Você não leu errado. Dependente de preso recebe uma grana do governo.
Hoje, a clientela do ‘bolsa-xilindró' soma 30 mil pessoas. Cada uma recebe, em média, R$ 594 por mês. Dinheiro das arcas da Previdência. Repetindo: os familiares dos presos beliscam todo mês mais do que os R$ 545 que Dilma Rousseff oferece aos trabalhadores de salário mínimo.
A encrenca não é nova. Criado há 50 anos, o auxílio-reclusão sobreviveu à Constituição de 1988. Fazem jus à prebenda dependentes de brasileiros pobres que, antes de ir em cana, contribuíram para a Previdência. Recebem também os parentes de presidiários vindos da zona rural. Nesses casos, é dispensada a exigência de contribuição prévia à Previdência.
Argumenta-se que, enquanto o provedor estiver recolhido ao cárcere, a família dele deve receber socorro financeiro oficial para sobreviver. Ou seja: o sujeito comete crimes e sua parentela é algemada aos cofres do Tesouro. Para a vítima, nada. Morreu? A família que se vire. Ficou paraplégico? Dane-se.
Delegado licenciado da Polícia Federal, o deputado Fernando Francischini (PSDB-PR) diz que vai apresentar um projeto para atenuar a incoerência. Francischini pretende sugerir que percam direito ao ‘bolsa detenção' pelo menos os condenados por crimes graves -estupro e homicídio, por exemplo. Ele diz: "É um absurdo: a família da vítima não tem benefício, enquanto a família do cara que mata tem. Dar auxílio-reclusão para quem comete estupro é inaceitável". Acha que os presos devem trabalhar na cadeia para alimentar suas famílias do lado de fora. Faz sentido.
No caso da ‘bolsa xilindró', a falta de senso perdura por meio século. E o gasto vem crescendo.
Em 2007, a brincadeira sorveu do erário R$ 122,2 milhões. Em 2011, a conta vai a R$ 210 milhões.
O sujeito que encharca a camisa para levar para casa o salário mínimo tem no "auxílio-reclusão" uma alternativa para melhorar a renda familiar. Basta que cometa um crime cabeludo. Condenado, descerá ao cárcere. E, em vez dos R$ 545, passará a receber R$ 594.
É quase o que propõe o PSDB para o mínimo: R$ 600. É mais do que sugerem o DEM, as centrais sindicais e o senador Paulo Paim (PT-RS): R$ 560. Às armas, senhores!
(Do Blog do Josias de Freitas)

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