O secretariado anunciado pelo governador Jaques Wagner não gerou o menor impacto, o que, aliás, era de se esperar por se tratar de um segundo mandato em seqüência ao anterior, com as mudanças pontuais que ele julgou necessárias. Assim posto, dentre os nomes anunciados, a grande novidade, é a troca na secretaria de Segurança Pública com a saída de César Nunes, com carreira respaldada na Polícia Federal, por um homem especialista em inteligência, Maurício Barbosa. Aí está o fato importante. Jaques Wagner, diante dos últimos acontecimentos marcados pelo avanço da violência na Bahia, transformada em mídia nacional, trocou César (cuja formação denota a sua competência) pelo Superintendente de Informações da Segurança Pública na Bahia. Muda, assim, a política do setor para dar peso à desarticulação das quadrilhas através do conhecimento vinculado à informação, enfim ao setor investigativo que é o cerne do trabalho de inteligência. Foi César Nunes quem levou Maurício Barbosa para a SSP. Embora amigos, Nunes ficou à frente, no combate ao crime, enquanto Barbosa reuniu, na retaguarda, informações com as quais pode, se der certo a nova política, desarticular e desmontar o crime organizado, estabelecendo uma nova concepção: investigar para combater e não, simplesmente, combater. Deve-se esperar para verificar os resultados da mudança do governador. Diversas vezes acentuei, sem diminuir os méritos de César Nunes, que o combate à violência é uma questão de política, não do confronto pura e simples. Os bandidos têm um poder multiplicador maior do que o aparelho policial, mas o setor de inteligência é capaz de desmontar e desintegrar a organização. Com tal política, desarticula-se o crime, desbaratando-o. O combate se torna mais fácil. De sorte que, pela primeira vez, pelo menos que eu tenho notícia, o anúncio mais importante num secretariado passou a ser o setor da Segurança Pública. Um exemplo do setor da inteligência para desmontar a organização criminosa ficou à vista com os acontecimentos do Rio de Janeiro, o trabalho de pacificação das favelas e a tomada do complexo do Alemão pelas forças de segurança aliadas às Forças Armadas.
(Samuel Celestino) http://www.bahianoticias.com.br/
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