Dra. Andrea Ladislau / Psicanalista
Cresce o uso de medicamentos que auxiliam no emagrecimento, como o Ozempic. Um tipo de injeção para controle da diabetes, que provoca o aumento dos hormônios que elevam a produção insulínica, que de fato podem ajudar no emagrecimento.
No entanto, muitos relatos de usuários, indicam que o uso sem controle médico pode trazer consequências inesperadas para o usuário, como: pancreatites, depressão, falência renal, ansiedade generalizada, distúrbios mentais desconexos, demências e a estimulação e surgimento do excesso de compulsões e vícios, entre eles, por sexo, bebidas ou jogos de azar. A compulsão desenfreada, seja pelo que for, causa verdadeiros estragos psicológicos na mente humana. Tudo isso nos leva a refletir sobre como nosso cérebro se comporta diante desse tipo de vício e o que pode ser feito para não cair nessas armadilhas ilusórias.
O primeiro ponto que deve ser analisado é a facilidade que os indivíduos possuem de criar expectativas. Criamos expectativas em relação ao outro e em relação a nossas conquistas futuras. O grande problema é que nem tudo é previsível. Acreditamos em tudo que vemos. E é exatamente esse o nosso maior ponto nevrálgico: sofremos por não controlar tudo. Quando algo foge ao nosso controle, entramos em estado de desequilíbrio que afeta tanto o comportamento, quanto o emocional.
Isso porque a necessidade em ter o controle das situações nas mãos é um sentimento intrínseco de nossa espécie. Tudo o que é externo e nos foge ao controle, gera insegurança e medo e nos faz sentir vulneráveis. E no caso em questão, estamos falando de uma situação de perda, muitas vezes perda de somas consideráveis. Fato é que, ninguém joga e investe para perder, e quando isso ocorre entra em cena sensações incômodas como: a impotência, o fracasso e a culpa.