Psicólogo Flávio Melo Ribeiro - CRP12/00449
Ter vergonha de si diante dos outros. Esse é o princípio básico de qualquer sentimento de vergonha do ser humano. De alguma forma, a pessoa não quer ser vista daquele jeito ou naquela situação perante os outros. No entanto, a vergonha não precisa ser tratada como algo ruim se usada de maneira correta, já que ela pode ajudar o indivíduo a fazer as escolhas conscientes para sua vida. A vergonha de ser vista em determinados locais, em companhia de certas pessoas ou pela forma como está agindo, é sinal de que nem a própria pessoa aprova o que está escolhendo e consequentemente pode dar um novo rumo para sua existência. Esse sentimento está na base do que é denominado qualidade. Um dos parâmetros utilizado pela pessoa para identificar se seu trabalho não está bom é quando ela percebe que tem vergonha de mostrar as pessoas.
No entanto, o excesso de vergonha faz a pessoa paralisar diante das escolhas que implicam relacionamento com terceiros, muitas vezes em uma mera situação de se colocar diante dos outros já é motivo para pessoa passar mal. É uma emoção vivida diretamente no corpo e exposta ao outro. O mais comum é a pessoa ficar com o rosto ruborizado e tentar se esconder atrás da vermelhidão da face, evidencia ainda mais sua inibição. Quando isso ocorre, ao invés dela focar na atividade que precisa realizar, olha apenas para si e consequentemente se desconcentra do que está fazendo. Esses casos de inibição, que não são considerados graves caso forem exceções, são prejudiciais a longo prazo, porque o envergonhado passa a se esquivar das situações em que possa se expor e com isso muitas oportunidades são perdidas.