Foto: reprodução/TVGlobo
Esperança para o Rio Doce!
Um brasileiro de Minas Gerais está liderando um grande projeto de recuperação da área devastada pela enxurrada de lama podre das barragens rompidas da mineradora Samarco.
O fotógrafo e vice-presidente do Instituto Terra, Sebastião Salgado afirma que é possível recuperar 300 mil, das 370 mil nascentes do Rio Doce que estão ameaçadas.
Salvar as nascentes pode devolver água para o rio, lavar a lama que o sufocou – essa é aposta do fotógrafo.
Salgado quer que a empresa responsável pelo desastre financie a recuperação das nascentes em todo o vale do Rio Doce.
“A proposição é de se criar um fundo, um fundo imenso, que nos permita replantar todas as nascentes do Rio Doce. Reconstituindo a reserva legal e instalando um sistema de tratamento de esgoto e captação de lixo em toda a bacia. Nós podemos começar esse projeto imediatamente, e para isso nós necessitamos de um fundo considerável”, disse Salgado ao Jornal Nacional, da TV Globo.
O investimento vai ter de ser proporcional ao tamanho do estrago, como já aconteceu em outras partes do mundo, diz Sebastião Salgado.
Apoio
“Olha, nós já tivemos reunião com os governadores, eu tive uma reunião com a presidente Dilma, que adotou a causa. Ela está extremamente sensibilizada, como tão sensibilizados todos os brasileiros”, Salgado contou.
Aos 72 anos, Sebastião Salgado nos inspira a buscar um ângulo positivo na tragédia.
“Eu espero, antes de morrer, ver esse rio completamente restabelecido, recuperado. Dá pra fazer”, afirma Sebastião.
Resposta
A Vale afirmou que tomou conhecimento da criação do fundo proposto pelo fotógrafo Sebastião Salgado e que está disposta a apoiar, no que for possível, a recuperação do Rio Doce.
O governo anunciou que a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, vai estudar o projeto do fotógrafo.
História
Salgado saiu jovem de Aimorés e voltou como um dos fotógrafos mais conhecidos do mundo. Ele encontrou a antiga fazenda do pai desfigurada pela criação de gado, sem as matas do tempo de criança e resolveu cuidar das suas raízes, replantando a terra onde nasceu.