A Petrobrás surpreendeu o mercado ontem ao anunciar uma redução de 9,7% no preço do gás natural entregue para as distribuidoras, a partir de 1º de maio. Na semana passada, a estatal havia enviado comunicado às distribuidoras informando sobre um aumento de 10% no preço do gás. Depois, voltou atrás e, em nota, disse ainda estar estudando o porcentual. A expectativa do mercado era de alta de 12%.
No início desta semana, a Petrobrás, em novo comunicado às distribuidoras, suspendeu temporariamente o aumento e acenou com a possibilidade de congelamento, ao adotar o termo jurídico de “novação contratual”.
Finalmente, ontem, três dias depois, a companhia oficializou a decisão de redução de preço, em quase 10%, numa atitude que, fez questão de frisar, foi tomada “a seu exclusivo critério”.
Nos últimos meses, a política de preços da Petrobrás tem gerado grande polêmica, especialmente depois que o Ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, reconheceu que a estatal havia proposto um reajuste nos preços de gasolina e diesel, para reduzir a diferença com os preços internacionais.
O aumento, segundo Lobão, foi vetado pela presidente Dilma Rousseff, por causa do impacto que poderia provocar na inflação.
Na prática, o repasse da redução do preço para o consumidor ficará a cargo das distribuidoras, que são regidas por política estadual. Podem repassar a redução ou elevar sua margem de lucro.
Com exceção do sul do País e do interior do Estado de São Paulo, que são atendidos pelo gás trazido da Bolívia, o desconto — que só vale para o gás de campos nacionais – atinge todas as demais distribuidoras.
Com exceção do sul do País e do interior do Estado de São Paulo, que são atendidos pelo gás trazido da Bolívia, o desconto — que só vale para o gás de campos nacionais – atinge todas as demais distribuidoras.
Na capital paulista, apesar de a Comgás receber o gás nacional, a política de preços é diferenciada e há um reajuste anual com base em tudo o que a empresa pagou para a Petrobrás e recebeu dos consumidores. A base de cálculo de 2011 toma um preço médio de US$ 80 para o barril de petróleo, com o dólar a R$ 1,80. Como esses dois referenciais oscilaram muito, há o risco de a redução não chegar ao consumidor, dizem especialistas.De http://blogs.estadao.com.br/