A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima a ocorrência de 12 milhões de novos casos de sífilis no mundo a cada ano. No Brasil, o número estimado é de 900 mil casos novos/ano, com uma prevalência de 2,6% em gestantes, ou seja, quase 50 mil gestantes com sífilis e 12 mil casos de sífilis congênita.
Com o objetivo de chamar a atenção da sociedade para a magnitude do problema e a importância de serem adotadas medidas mais efetivas para o controle da sífilis, a Secretaria da Saúde do Estado, através da Diretoria de Vigilância Epidemiológica/ Programa Estadual de DST/Aids e do Centro Estadual Especializado em Diagnóstico, Assistência e Pesquisa (Cedap), em conjunto com Sociedade Brasileira de Doenças Sexualmente Transmissíveis (SBDST)/Regional Bahia, promovem, pelo sexto ano consecutivo, atividades alusivas ao Dia Nacional de Combate à Sífilis, comemorado no terceiro sábado de outubro.
Com apoio da Iniciativa Laços SociAids, Programa Municipal de DST/Aids e Associação de Pais e Amigos de Excepcionais (Apae), a Sesab e a SBDST/Bahia realizam na próxima sexta-feira, dia 7, de 8 às 12h30min, no Hotel Sol Barra, um evento voltado para cerca de 300 gestores, profissionais de saúde e educação e estudantes. Esse ano, mais uma vez o tema da campanha do Dia Nacional de Combate à Sífilis será “Homem: faça o exame da sífilis”.
A coordenadora do Programa Estadual de DST/Aids, Jeane Magnavita, revela que “um fato que permanece imutável é a pouca atenção dada ao tratamento dos parceiros das mulheres infectadas: apenas 16,6% são tratados, de acordo com dados do Ministério da Saúde”.
Transmissão
A sífilis é uma doença infecciosa, causada pela bactéria Treponema pallidum, que pode ser transmitida por via sexual ou da mãe para o filho, durante a gestação. Em todo o mundo, a sífilis na gestação é responsável por 29% de óbitos perinatal, 11% de óbitos neonatal e 26% de natimortos.
Estatísticas nacionais mostram que a sífilis congênita provocou a internação de 24.761 crianças entre 2000 e 2005, custando aos cofres públicos soma superior a R$ 10 milhões. A doença pode provocar abortamento, pré-maturidade, morte do bebê, além de cegueira, surdez e deficiências mentais.
A OMS considera que a sífilis congênita é eliminada quando a ocorrência é de um caso para cada mil nascidos vivos. “A maioria dos municípios brasileiros, porém, está muito longe dessa meta”, diz a diretora de Vigilância Epidemiológica da Sesab, Maria Aparecida Araújo, acrescentando que em 2009, a Bahia registrou taxa de incidência de sífilis congênita de 1.4 por mil nascidos vivos.
O presidente da SBDST/Bahia, Roberto Fontes, conta que estatísticas nacionais mostram que a sífilis congênita provocou a internação de 24.761 crianças entre 2000 e 2005, custando aos cofres públicos soma superior a R$ 10 milhões. Na Bahia, no período de 2007 a 2010, foram registrados 1.746 casos de sífilis em gestantes, e o estado acumulou, de 2000 a 2010, 2.584 casos de sífilis congênita.
“Conversa Afiada”
Uma conferência sobre o tema “Interação DST e HIV ontem, hoje e amanhã”, a cargo de Pedro Chequer, coordenador do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids no Brasil (Unaids), às 8h30min, será a primeira atividade do evento que antecipa o Dia Nacional de Combate à Sífilis. Em seguida, acontece palestra sobre “A educação e o controle social como estratégia de combate – trazendo a escola e a comunidade”.
O presidente da SBDST/Bahia destaca, na programação, a roda de “Conversa Afiada: Desafios no Controle da Sífilis e na Eliminação da Sífilis Congênita”, com a participação, entre os palestrantes, do diretor do Cedap, Adriano Oliveira; do médico David da Costa Júnior, presidente do Comitê de Ética da Maternidade do Iperba; da enfermeira Sandra Cássia, do Conselho Regional de Enfermagem, e de Rogério Luiz Queiroz, do Ministério Público da Bahia.
À tarde, no mesmo local, acontece uma oficina com gestores e trabalhadores de saúde das secretarias estadual e municipal da Saúde de Salvador, para a discussão e elaboração de um plano de enfrentamento da sífilis.
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