Vaticano anunciou hoje a criação de um grupo de especialistas para ajudar conferências episcopais em todo o mundo a finalizarem regras para impedir agressões sexuais contra menores por membros do clero.
A assinalar o primeiro aniversário da cúpula de presidentes de conferências episcopais mundiais, organizada em fevereiro de 2019 no Vaticano, a Santa Sé fez este anúncio às vítimas, que, no entanto, podem mais uma vez questionar a lentidão da Igreja em reagir. O Papa já havia mencionado no evento do ano passado a criação de equipes móveis de especialistas para ajudar certas conferências e dioceses episcopais "sem meios".
Francisco pretendia acima de tudo pressionar os episcopados da Ásia e da África, por estas alegadamente se sentirem pouco preocupadas com os escândalos de agressões sexuais. A promulgação dessas regras é solicitada em conferências episcopais desde 2011, mas o Vaticano não forneceu hoje nenhuma estatística sobre a quantidade de pedidos.
O padre Federico Lombardi, que coordenou a cúpula de fevereiro de 2019, afirmou que "apenas uma dúzia de conferências episcopais ainda não têm regras formais", principalmente em países que sofrem guerra ou pobreza extrema e onde isso não é considerado uma prioridade.
Um "vade-mécum" (Denominação para qualquer livro de referência de uso muito frequente e que instrui o leitor a cumprir determinadas tarefas) a especificar as medidas a serem tomadas em caso de suspeita de agressão sexual, outra promessa da cúpula, também será divulgado em breve para os episcopados de países que não possuem especialistas.