Monique de Carvalho - SNB
A caneta que ajuda a detectar câncer, através de um teste rápido, foi criada pela química brasileira Lívia Schiavinato Eberlin.
- Foto: Vivian Abagiu/Universidade do Texas

O dispositivo, chamado MasSpec Pen, promete agilizar procedimentos oncológicos e reduzir erros médicos.
A tecnologia já vem sendo testada no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, no primeiro estudo clínico fora dos Estados Unidos, em parceria com a Thermo Fisher Scientific, multinacional responsável pelo espectrômetro de massas que analisa as amostras.
Como funciona a MasSpec Pen
A MasSpec Pen é uma caneta conectada a um espectrômetro de massas, equipamento capaz de identificar moléculas e criar uma “assinatura química” de cada tecido. Durante a cirurgia, o médico encosta a ponta da caneta no tecido suspeito. Uma microgota de água estéril é liberada e, em segundos, absorve moléculas da superfície, sendo então enviada para análise.
O espectrômetro compara o perfil molecular do tecido com uma biblioteca de dados, identificando instantaneamente se ele é saudável ou cancerígeno. Segundo Lívia Eberlin, o processo é simples e não danifica o material analisado. “A análise é instantânea e não causa nenhum dano ao tecido”, explicou a pesquisadora.
Essa rapidez oferece ao cirurgião uma resposta imediata, permitindo ajustes na operação em tempo real e reduzindo o tempo de anestesia e o risco de complicações.
O desafio das margens cirúrgicas
Definir até onde o cirurgião deve cortar é uma das etapas mais complexas de uma cirurgia oncológica. Remover pouco tecido pode deixar células cancerígenas, enquanto retirar demais pode comprometer órgãos e funções vitais.
Atualmente, essa decisão depende do chamado exame de congelação, que leva de 20 minutos a 1h30 para ser concluído. Durante esse período, o paciente permanece anestesiado e a equipe cirúrgica aguarda o laudo do patologista. Além disso, o congelamento do tecido pode distorcer a amostra e dificultar a análise.
Com a MasSpec Pen, esse tempo é reduzido a segundos. “O resultado vem diretamente da sala de cirurgia, e o médico sabe imediatamente se precisa retirar mais tecido”, destacou Lívia. Em casos como o câncer de pulmão, em que a margem precisa ser extremamente precisa, a nova tecnologia pode ser decisiva para o sucesso da operação. Mais no sonoticiaboa
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