Para o presidente do Senado, qualquer “medida drástica de ruptura entre poderes” teria impacto sobre a economia do Brasil
Foto: Jefferson Rudy/ Agência Senado
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), deu um duro recado na sexta-feira (23) aos bolsonaristas que voltaram a defender o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) relator de inquéritos como os dos atos golpistas de 8 de janeiro e das milícias digitais. A informação é da coluna Radar, da revista Veja.
“Vou ter muita prudência com esse tipo de situação para não permitir que esse país vire uma esculhambação de quem quer acabar com ele”, afirmou o senador durante um evento em Belo Horizonte.
Pacheco lembrou o pedido de impeachment apresentado pelo então presidente Jair Bolsonaro em 2021 contra Moraes. “Avaliei (e) fui decidir e dizer que negava aquele pedido de impeachment, que não havia nem viabilidade jurídica nem viabilidade política.”
Para o senador mineiro, qualquer “medida drástica de ruptura entre poderes” teria impacto sobre a economia do Brasil, com repercussões na inflação, na cotação do dólar e no nível de desemprego.
“Nós temos pessoas pobres vivendo hoje que precisam do nosso socorro e eu acho muito ruim que divisões políticas, pautadas para enriquecer segmentos, para poder ter voto e engajamento em rede social possa pautar a vida da nação num momento que precisamos gerar emprego, gerar oportunidades para as pessoas, fazer posto de saúde funcionar, universidades federais terem a mínima condição de poder dar ensino público de qualidade”, declarou.
Na entrevista a jornalistas, Pacheco lembrou ainda que apresentou e costurou a aprovação, no Senado, da PEC que limita as decisões monocráticas do Supremo. O texto de emenda constitucional está na pauta da reunião da CCJ da Câmara na próxima terça-feira.
“É incrível que esses mesmos que pedem agora impeachment de ministro do STF se calaram durante oito meses depois de eu ter aprovado no Senado Federal essa PEC”, disse. “É como se pretendessem não a solução do problema de limitar poderes institucionais, mas que pretendessem lacração em rede social, engajamento em rede social, pautado no desequilíbrio, pautado em medidas de ruptura”, acrescentou.
Ainda sobre os apelos renovados de bolsonaristas pelo impeachment de Moraes, Pacheco afirmou que defende o cumprimento devido processo legal e o direito à ampla defesa, mas ponderou que “há muito pouco tempo atrás estávamos enfrentando um 8 de Janeiro em que pessoas invadiram as sedes dos Três Poderes, pretendiam intervenção militar, pregavam invocação ao AI-5 (e) pretendiam prender autoridades públicas nesse golpe de Estado que pregaram e ensaiaram”.
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